Cid recebe grevistas da educação

O governador Cid Gomes (PSB) receberá às 9 horas de hoje, em seu gabinete, uma comissão representativa dos professores estaduais, em greve há mais de quarenta dias, mesmo com uma decisão judicial que determina a retomada dos trabalhos. A categoria reivindica a aplicação da Lei do Piso Nacional do Magistério, cuja constitucionalidade foi contestada pelo governador no Supremo Tribunal Federal.
Ontem de manhã, depois de se agruparem na Praça da Imprensa, dezenas de professores se dirigiram à Assembleia Legislativa, e lá a direção do sindicato Apeoc foi convidada pelo presidente Roberto Cláudio (PSB) a uma reunião no seu gabinete, onde ele e outros deputados ouviram as reivindicações da categoria. Roberto Cláudio entrou em contato com o governador Cid Gomes, que assumiu o compromisso de ouvir o comando de greve durante reunião na manhã desta quinta-feira, no Palácio da Abolição, da qual o presidente da Assembleia também participará. Anízio Melo, presidente do sindicato Apeoc, afirma que o rumo da greve só deve ser definido depois da assembleia geral que acontece na manhã desta sexta-feira, no Ginásio Aécio de Borba.

ILEGALIDADE
Os professores da rede estadual pararam de trabalhar no dia 5 de agosto. Cerca de três semanas depois, durante passagem pela Assembleia, Cid declarou que o servidor público deve trabalhar, acima de tudo, por amor. “Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, espírito público, e não por dinheiro. Quem está atrás de riqueza deve procurar outro setor, não a vida pública”.
A declaração causou furor entre os professores, e ontem eles voltaram a criticar o que julgam ser a indiferença do governador ante a greve. Embora discordando do “discurso revolucionário” da categoria, o deputado Carlomano Marques (PMDB), vice-líder do governo, afirmou que Cid se excedeu nas palavras. “É difícil atender a pauta de A até Z. É preciso negociar, mas o governador está equivocado. Temos que ir para a conversa, onde cede de um lado e do outro”.
Na última segunda-feira, o Tribunal de Justiça do Ceará negou o recurso dos professores contra a suspensão da greve. O agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo foi interposto pelo sindicato Apeoc, contra decisão do desembargador Emanuel Leite Albuquerque, que determinou a suspensão da greve, retorno imediato às atividades e pagamento de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
O novo tributo – que Cid defendia – estava na proposta original, com alíquota de 0,1% sobre as movimentações financeiras para financiar o setor. Com o resultado de ontem, a criação de um novo imposto neste momento está descartada. Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que, em 2009, dez Estados não investiram o mínimo de 12% de suas receitas na saúde. Esses dez Estados, juntos, deixaram de aplicar cerca de R$ 2 bilhões no setor, segundo as contas do Ministério da Saúde.

Penso eu - Entendo os grevistas como grevistas e isso é,até certo ponto um direito deles. Não entendo é como a Justiça seja tão desrespeitada. Mandou dizer que a greve era ilegal, mandou multar os caras (e pra ser politicamente e ridiculamente correto) as caras e ninguem deu a mínima. COntinuaram em greve como quem diz: nem escuto a conversa da mutuca. No tempo de Mãe Vovó Petronilha, a Racista, Justiça era Justiça e professor era professor. Cada qual no seu cada qual porque os colegios pagavam tão bem que os professores davam aulas de paletó e gravata,chamavam os alunos de senhoras e as alunas de senhoras, faziam chamada todo dia e passavam 45 minutos em sala, respeitados porque sabiam ensinar, respeitosos porque queriam ensinar.

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