Tarso Genro vê risco de ‘denuncismo’ no país. Heim?

Certos comentários, surgidos do nada, cortam o silêncio com exclamações velozes, contornam no ponto de interrogação e, silenciosamente, retornam ao nada.

O governador gaúcho Tarso Genro (PT), por exemplo, engatou uma série de observações sobre a encrenca que convulsiona a pasta dos Transportes.

Cuidou, primeiro, de defender o companheiro Hideraldo Caron, o petista que sobrevive na diretoria do Dnit.

"Eu conheço ele há 30 anos e duvido que o Hideraldo tenha cometido alguma ilegalidade por motivos dolosos ou interesses próprios."

O governador fez uma escala no óbvio: "Que tem problema o Ministério dos Transportes não é nenhuma novidade.”

De fato, considerando-se a idade de alguns relatórios do TCU, os malfeitos vêm de longe. Já aconteciam à época em que Tarso era ministro da Justiça de Lula.

Em seguida, Tarso, agora apartado do comando da Polícia Federal, rendeu homenagens à confusão: “Nós temos que observar o que é efetivamente corrupção…”

“...O que é denúncia de empreiteira que perdeu contrato e o que é denúncia política para fazer combate político ao governo."

Para o governador, Dilma acerta ao mandar ao meio-fio os servidores sob suspeição. É de supor que Tarso acredite que a corrupção prevalece sobre todas as alternativas.

Por último, o grão-petê gaúcho verbalizou o receio de que o país mergulhe numa onda de “denuncismo generalizado”.

Nesse ponto, cabe perguntar: as denúncias se generalizam por que o roubo se eterniza ou a roubalheira avulta por que há escassez de refletores?

Ou ainda: o que é pior, os holofotes acesos ou os gestores que fazem por pressão o que deixaram de fazer por obrigação?

Por sorte, as manifestações de Tarso Genro, por extemporâneas, perderam-se em si mesmas. Saídas do nada, ao nada retornaram.

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