POLÍCIA CIVIL - Greve é ilegal

Justiça decreta a ilegalidade do movimento dos policiais civis do Ceará e determina volta às atividades normais, imediatamente, sob pena de multa

Por Elvira Sena
Da Redação

A Justiça decretou ilegal a greve dos policiais civis no Ceará. A decisão do juiz Paulo de Tarso Pires Nogueira, da 6a Vara da Fazenda Pública, foi divulgada no começo da noite de ontem. O documento, que está com o procurador geral do Estado, Fernando Oliveira, determina que o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpoci) retomem as atividades e fixa multa diária de R$ 10 mil ao sindicato em caso de descumprimento.
Na decisão, o juiz Paulo de Tarso afirmou que o direito de greve dos policiais civis seria totalmente incompatível com a concepção do próprio Estado e seu funcionamento. “A paralisação daquele setor geraria perigo à ordem pública, à paz pública e à estabilidade das instituições”, diz o documento. O juiz concluiu, portanto, a impossibilidade do Estado se fazer ausente no campo da repressão e da prevenção de crimes, deixando de lado valores incontornáveis da sua subsistência, como a segurança pública e a incolumidade das pessoas e dos bens.
A presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpoci), Inês Romero, disse à reportagem do Jornal O Estado que, até a noite de ontem, a entidade de classe ainda não havia sido comunicada oficialmente da decisão judicial. O delegado-geral, Luís Carlos Dantas, também afirmou que não tinha recebido nenhuma comunicação.

Cinco dias de paralisação
Os policiais civis estão com as atividades paralisadas desde a semana passada. A greve foi decretada no último sábado e, segundo o Sinpoci, com adesão da maioria dos policiais. Também de acordo como sindicato, desde então, funcionam diariamente cinco delegacias distritais, com 30% do efetivo atendendo à população. Na última segunda-feira, representantes do Sinpoci estiveram reunidos com o delegado-geral. No encontro, Luís Carlos Dantas propôs à categoria agendar uma audiência com a procuradoria geral do Estado, caso os policiais decidissem por encerrar a greve e que, ao invés de 30% do efetivo trabalhando, estivessem 80% atendendo. O Sinpoci não aceitou a proposta.

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