A maldição dos 27


Winehouse


joplin


hendrix

1970! Minha geração parecia ter direito a ouvir seus sons e viajar no sempre novidadoso rock de tantos talentos. Encantava a todos nós, a guitarra de Jimmy Hendrix. Enlouquecia os mais exaltados a voz rouca inconfundível de Janis Joplin. Os dois tinham 27 anos. Viviam tão intensamente seus poucos anos que pareceu terem cansado de viver tanto e morreram. Na verdade a morte não os fez morrerem, matou a ambos. Buscavam uma vida colorida nas drogas. Encontraram a dura realidade da morte em preto e branco. Depois, vieram outros e mais outros, todos aos 27 anos, no auge da vida, fossem celebridades, fossem anônimos como os que conheci e que partiram aos 27. Minha geração, aquela dos anos 70, acomodou-se até que novas vítimas, pelos mesmos motivos se fizeram aos 27 anos, 20 anos depois, nos anos 90 do século passado. E caminharam sobre os cacos de vidro da morte anunciada, entre cigarros toscos,fumaça mal cheirosa, nuvens brancas de cachimbos miseráveis, carreiras que dilaceraram narinas, estradas que explodiram na BR3. E alguém cantou...a gente corre, na BR3/A gente morre na BR3...A grande via de tanto receber o calor dos passageiros da agonia, matava em atos femininos de heroínas. Mais um hiato e foi-se Elis. Agora, Winehause, outra viagem anunciada aos 27. É síndrome, é maldição, é desespero, é peso pesado demais para suportar a fama ou o anonimato? Que droga! Que maldição! 27 anos é muito pouco pra tentar se viver tudo,numa fornada só.

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