Duocentésimo

Havia um radialista famoso em Sobral. Importante, prestigiado, muito ouvido,figura festejada quando ia ao Beco do Cotovelo tomar cafezinho, fumar um cigarro, jogar conversa fora. Bom companheiro, não era a mesma coisa com a gramática. Faltou a algumas aulas dos mestres do portugues. Sobre numerais, por exemplo, não chegava a ser um exemplo a ser seguido. Certa feita, fazendo a cobertura das apurações de uma eleição, o querido radialista embatucou nas urnas setenta. Até que ia bem...quinquagésima quinta urna apurada e tal. Quando chegou na septuagésima...enganchou e passou a dizer...Apurados agora os votos da urna setenta, setenta e um e foi assim até o final.
Hoje, pra homenagear as saudades dele lembro que é o dia duocentésimo do ano.

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