Cuba celebra ‘Dia do Rebelde’ sob intensa pasmaceira


Festeja-se neste 26 de julho uma das mais vistosas datas do calendário político de Cuba, o ‘Dia do Rebelde’.

Marca um episódio remoto, de 1953: o ataque de Fidel Castro e seus rebeldes garotos contra o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba.

Resultou em sangue e na prisão de Fidel. Mas acendeu o pavio da revolução que prevaleceria contra Fulgencio Batista em 1959, substituindo uma ditadura por outra.

Com a rebeldia já um tanto embolorada, foi à TV nesta terça o vice-presidente de Cuba, Jose Ramón Machado.

Disse que a ilha dos irmãos Fidel e Raúl Castro toca adiante seus planos de modernização da economia e do sistema político unipartidário.

Foi a primeira vez que um líder cubano levou o rosto à vitrine desde o congresso de abril passado, quando as “reformas” foram aprovadas pelo velho Partido Comunista.

Para os padrões cubanos, a coisa era ambiciosa. Previa a transição de uma Cuba ainda soviética para um país mais aberto às regras de mercado e menos repressor.

Seria criado um grande setor "não estatal" na agricultura, serviços do varejo, construção e transportes.

O camarada Raúl chegara mesmo a mencionar a intenção de fixar limites aos mandatos políticos eternos e rodízio nos pontos de mando do Estado.

Tudo mantido, disse Jose Ramón aos cubanos, no discurso televisionado desta terça. Mas em ritmo de tartaruga manca, que a ditadura não é de ferro:

"Vamos avançar sem pressa mas sem pausa, trabalhando sistematicamente e de modo coordenado”.

Para que fossem levados a sério pelo mundo e pela população cubana, os velhotes do regime teriam de tomar pelo menos uma medida emergencial.

Convém baixar um decreto extinguindo o ‘Dia do Rebelde’. Hoje, a ex-rebeldia cubana veste agasalho adidas e espera pela morte, que parece tê-la esquecido.

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