Transtorno - Pontos de lixo mudam cenário de Fortaleza


Por Souto Filho
soutofilho@oestadoce.com.br

Uma cidade bela. Este realmente poderia ser o retrato fiel de Fortaleza. Belas praias, povo acolhedor, bons hotéis e comidas regionais consagradas em todo o Brasil. Porém, estruturalmente, não é assim que a maioria dos fortalezenses vê a sua Capital. Canteiros de obras e pontos de lixo transtornam o dia a dia de quem visita e vive em Fortaleza. Este último, tem tirado a paciência de moradores que convivem diariamente com os detritos deixados, indiscriminadamente, em locais que não fazem parte da rota de coleta dos caminhões que circulam, diariamente, pela cidade.

A dona de casa Valdenora Gonzaga é uma que mora próxima a um dos cerca de 1.100 pontos de lixo de Fortaleza, segundo números da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb). Na avenida Senador Pompeu, esquina com a rua Quintino Bocaiúva, no Centro, um amontoado de entulho e sobras de materiais de construção tomam metade da calçada, dificultando, inclusive, a passagem de pedestres. “Por mais que os caminhões tirem o lixo, no dia seguinte, a calçada está cheia de novo”, disse.

Raimundo Teotônio, que possui um comércio próximo ao local, denunciou que grande parte do lixo é colocado ali por carroceiros que recolhem os entulhos em ruas vizinhas. “Nós temos a preocupação de colocar nosso lixo em sacos para os caminhões recolherem, mas tem gente que pensa que todo terreno baldio é local de fazer sujeira. Já reclamamos, mas não adianta. Os ‘caras’ limpam e as pessoas sujam”, lamentou.

RECOLHIMENTO ESPECIALIZADO
O diretor de Limpeza Urbana da Emlurb, César Marques, explicou que os entulhos não podem ser colocados, indiscriminadamente, nas ruas ou vias. Segundo ele, este tipo de lixo deve ser recolhido por empresas especializadas, que devem ser contratadas pelos proprietários do imóvel em construção ou reforma. No caso de lixo domiciliar, os resíduos devem ser acondicionados em sacos plásticos e colocados no container mais próximo ou na calçada, instantes antes da passagem da coleta.

Marques explicou que Fortaleza produz, mensalmente, cerca de 47.800 toneladas de resíduo domiciliar. Os pontos de lixo somam 22.500 toneladas e os entulhos 10.900. Os bairros da Secretaria Executiva Regional (SER) II são os que mais produzem. De acordo com ele, o sistema de coleta regular é bem planejado e todos os caminhões são monitorados via GPS. “Sabemos o local, a hora e a velocidade que os caminhões passam pelas vias. Falhas podem existir, mas eles passam. Fortaleza não é uma cidade suja. O problema é a quantidade de lixo que a população produz”.

PONTOS DE LIXO
A chefe de fiscalização da Emlurb, Lúcia de Fátima, explicou que os pontos de lixo surgem quando as pessoas colocam os resíduos em determinados locais, imaginando que os caminhões da prefeitura vão passar para recolhê-los. Entretanto, ela salientou que, nos locais sem coleta, os moradores devem ligar para a Ecofor (0800-2754400) para pedir o recolhimento regular de lixo.

Lúcia ressaltou também que terrenos abandonados são propícios para o amontoamento de lixo. Ela contou que na comunidade no entorno da sede da Emlurb, existia um ponto de lixo que foi desativado quando o proprietário fez a pavimentação e o conserto da calçada. “As pessoas têm que se conscientizar que não podem colocar o lixo em qualquer lugar. Existem locais específicos para que os caminhões façam as coletas”, salientou, dizendo que as denúncias de ponto de lixo podem ser feitas pelo telefone 0800-2751531.

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