Saudades de meu amigo


Missa em sufrágio da alma do embaixador Dário de Castro Alves será celebrada dia 6 de junho,segunda feira, às 19 horas, na igreja das Missionárias, em Fortaleza. Dário era cearense e foi embaixador do Brasil em Portugal e na Russia, dentre outros postos da diplomacia nacional. Iniaciamos nossa amizade quando fui a Washington, nos Estados Unidos, entrevista-lo para a Sereia de Ouro, do Sistema Verdes Mares. Dário era nosso Embaixador na OEA e trabalhava no prédio do Watergate, aquele escandalo que derrubou Nixon do Governo. O Escritório do Brasil na OEA era lá. Foi lá, na ocasião que conhecí o dirigente maior da OEA, Baena Soares. Deus guardou um bom lugar pra Dário, um querido e sincero amigo.

O Jornalista Graciano Coutinho registrou em Lisboa a morte de Dário no jornal Portugal Sem Passaporte dessa forma:
Morreu Dario Castro Alves, 83 anos. Diplomata e grande amigo de Portugal
Por: Graciano Coutinho - Jornalista | Comentários: 1 Comentário
Dário Castro Alves, um verdadeiro embaixador luso-brasileiro, faleceu ontem (domingo) em Fortaleza. Com a sua morte, (aos 83 anos) desaparece uma figura marcante de uma geração brasileira que cultivava uma relação muito forte com Portugal. A comunidade luso-brasileira fica enlutada por perder um dos seus grandes amigos.
Era um apaixonado da língua e um fino cultor da literatura portuguesa, brasileira e lusófona.
Dário Moreira de Castro Alves nasceu em 14 de Dezembro de 1927, em Fortaleza, no Ceará. Em 1949 concluiu o curso de Ciências Jurídicas e Sociais na PUC do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano ingressou por concurso no serviço diplomático brasileiro, tendo exercido postos em Buenos Aires, Nações Unidas (Nova Iorque), Moscou e Roma, antes de chegar à Embaixada do Brasil em Lisboa.
Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, Dário Castro Alves é “Académico de Mérito” da Academia Portuguesa de História, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira
Dário Castro Alves escreveu vários livros, como “Era Lisboa e Chovia”, “Era Tormes e Amanhecia” (dicionário gastronómico baseado na obra de Eça de Queiroz) e “Era Porto e Entardecia” (dicionário de enologia da obra de Eça de Queiroz), além de “Luso-Brasilidades nos 500 anos”, todos publicados no Brasil e em Portugal.
O diplomata cearense esteve à frente da Embaixada do Brasil em Portugal de 1979 a 1983, tendo depois sido embaixador na Organização dos Estados Americanos, em Washington, e presidente do Conselho Permanente dessa mesma organização.
Na Capital do Ceará – apesar de enfermo – estava sempre presente nas principais solenidades alusivas a Comunidade.
Em fins de 2008, a Embaixada de Portugal no Brasil organizou, em associação com o Instituto Rio Branco, uma homenagem a Dário Castro Alves, que contou com testemunhos e a presença de muitos dos seus amigos, de antigo colaboradores e de simples admiradores. Na altura, a Embaixada de Portugal editou também uma sua biobibliografia completa.
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, com sede em Portugal, instituiu o Prémio Dário Castro Alves, para homenagear as personalidades que mais se notabilizam no estimulo às relações empresariais luso-brasileiras. Na última edição, a distinção foi para o presidente da Embraer, Frederico Curado.
Em Brasília foi Chefe do Gabinete do Ministro das Relações Exteriores, Chefe de Administração do Ministério das Relações Exteriores, Secretário Geral e Ministro Interino das Relações Exteriores.
Detem cerca de 30 condecorações honoríficas do Brasil e de vários países.
É Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará; Acadêmico de Mérito da Academia Portuguesa de História; Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento do Mundo de Lingua Portuguesa, em Lisboa; Diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Internacional de Lisboa.
Entre os muitos artigos que escreveu sobre a Comunidade Luso-Brasileira, destaque-se “Brasil-Portugal: Uma Comunidade” e “O Novo Relacionamento Luso-Brasileiro”. ambos publicados pelo Instituto do Ceará.
Foi casado em primeiras núpcias com a escritora Dinah Silveira de Queiroz, e, em segundas núpcias com Rina Bonadies de Castro Alves.

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