O ministro Guido Mantega (Fazenda) empossou na presidência do Banco do Nordeste Jurandir Santiago. Foi desalojado da cadeira Roberto Smith.
Deve-se a indicação de Santiago ao governador cearense Cid Gomes (PSB) e a Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da Comissão de Justiça do Senado.
Apadrinhado pelo PT do Ceará, Smith deixou o comando do banco estatal depois de presidi-lo por oito anos, sob Lula.
Em ativos, o Banco do Nordeste é a oitava maior casa bancária do país. Em 2010, sua carteira de empréstimos somou foi R$ 21 bilhões.
O petismo brigou para manter o controle da caixa. Mas Dilma preferiu contemplar o nome que emergiu da parceria PMDB-PSB.
Santiago, o novo mandachuva do banco, tomou posse em cerimônia fechada, no Ministério da Fazenda. Políticos cearenses, inclusive do PT, foram prestigiá-lo.
Os elogios dirigidos por Mantega a Smith como que reforçaram a impressão de que a substituição não tem senão motivações políticas.
O ministro realçou o papel exercido pela instituição financeira no processo de desenvolvimento do Nordeste.
Uma região cujas taxas de crescimento, disse Mantega, aproximam-se mais dos índices chineses do que dos latino-americanos.
Num instante em que o Banco Central tenta conter o volume de empréstimos bancários, o titular da Fazenda soou assim:
"O crédito é que permite aumentar os investimentos do comércio, da indústria e da agricultura…”
“…E o Banco do Nordeste, nos últimos oito anos, cumpriu esta tarefa de maneira exemplar…”
“…O volume de empréstimos do Banco do Nordeste em 2002 era de R$ 1,4 bilhão e, no ano passado, o banco emprestou R$ 21 bilhões…”
“…Portanto, multiplicou bastante o volume de empréstimo. Com isso, eu queria cumprimentar o Roberto Smith pelo excelente trabalho nesses últimos anos”.
Mantega estimulou Santiago a “dar continuidade” ao trabalho de Smith. Ficou boiando na atmosfera uma pergunta: se é para manter, por que trocar?
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