Manoel Duca convoca audiência para discutir setor


Em razão da queda gradual da produção de caju no Ceará, o deputado Manoel Duca (PRB) comandará audiência em Itapipoca, no primeiro dia de julho, para formular ações em auxílio da cajucultura, atividade que garante a renda de mais de 55 mil famílias no Estado.

Segundo Duca, muitos produtores estão abandonando o ramo por conta dos investimentos insuficientes do governo estadual. “O Ceará ainda é o maior produtor de caju do Brasil, mas poderá perder essa posição em pouco tempo para o Piauí e o Rio Grande do Norte”.

O envelhecimento dos pomares, a defasagem dos métodos de plantio e manejo, a falta de assistência técnica aos produtores e o desinteresse destes em virtude da consequente desvalorização do caju no mercado estão entre as causas do declínio da cultura.
“Em 2009, o governo ofereceu de R$ 500,00 a R$ 600,00 de incentivo para cada hectare plantado ou de copa substituída de caju, além de distribuição de mudas. Apesar dos grandes esforços, os resultados não foram tão satisfatórios. Dos mais de 10 mil hectares já renovados em 2008, ampliou-se apenas seis mil hectares em três anos”, diz o deputado.

Mercado potencial
A solução, opina Duca, é explorar o mercado potencial do pedúnculo do caju. “Para cada quilo de castanha são produzidos em média nove quilos de pedúnculo, que são jogados no lixo. A falta de mercado consumidor para o pedúnculo e seus produtos derivados faz com que o produtor desperdice uma matéria prima que poderia servir de alimento para o homem e os animais, agregando valor comercial à sua produção”.

Com o pedúnculo pode-se fabricar cajuína, refrigerante, bebida alcoólica e melado de caju, este aproveitado em xaropes e lambedores. “Aí está a salvação da lavoura. O Piauí já está estimulando a produção de cajuína. Por que não tornamos o mel de caju um produto cultural do Ceará, já que somos o maior produtor de caju do país?”.

Falência
Participarão da audiência em Itapipoca os empresários do beneficiamento da castanha de caju, representantes de produtores e de órgãos técnicos como a Embrapa. “Será uma audiência pública abrangente, envolvendo todo o segmento, para soerguer a cajucultura, porque nós estamos na iminência de uma falência”, diz Duca. “Se o caju alcança milhares de pessoas, por que o governo não dá uma assistência maior para que a fruta volte aos tempos áureos?”.

O caju tem a sua fonte geradora no cajueiro, árvore típica do Nordeste, cultivada aproximadamente em 700 mil hectares distribuídos nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão e Bahia, proporcionando uma safra anual de castanhas de caju em torno de 320 mil toneladas. Atualmente o Brasil ocupa o terceiro lugar na produção mundial de castanha de caju “in natura”.

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