Lins exorta professores a voltarem ao trabalho

Prefeita diz que entende o direito de greve, mas crianças estão sendo prejudicadas
A prefeita Luizianne Lins (PT) exortou ontem os professores da rede municipal a retomarem o trabalho. “Compreendo o direito de greve. No entanto, muitas crianças estão sem estudar, e isso traz prejuízos”, disse a petista, ontem, depois de visitar as obras da Praça da Juventude, na comunidade do Dendê, bairro Edson Queiroz, em Fortaleza.

Os professores municipais estão em greve há mais de 40 dias com o fim de obter aumento salarial. Mas Luizianne afirmou ontem que a Prefeitura não tem dinheiro suficiente para atender os reclames. “Não podemos assumir salário que a Prefeitura não pode pagar. Os professores representam a maior categoria de servidores municipais”.

Nesta segunda-feira, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), que está em greve, e representantes do Município de Fortaleza participaram de audiência de conciliação no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). A sessão foi suspensa, conforme sugestão do Ministério Público (MP) do Ceará e aceita pelas partes. A audiência foi marcada para a próxima segunda-feira (13).

A procuradora de Justiça Maria das Neves Feitosa fez a sugestão porque nesta terça-feira deverá ser colocado em pauta, na Câmara Municipal de Fortaleza, projeto de lei do Executivo municipal com algumas questões sobre o pleito dos professores. Conforme o procurador-geral adjunto do Município, Marcelo Arruda Bezerra, o projeto tem algumas pautas da categoria e sofreu 26 emendas por parte dos vereadores.

O Sindiute ingressou com dissídio coletivo (ação judicial) no TJCE querendo que o Município cumpra a Lei Federal nº 11.738/08, que instituiu o piso salarial nacional dos professores (R$ 1.450,00). Segundo a secretária geral do Sindicato, Ana Cristina Guilherme, a Prefeitura paga piso de R$ 1.003,65. “O plano de cargos da categoria tem 32 referências salariais, em cada titulação. Os 13 mil professores ganham 44% a menos do que a lei estabelece”.

CASO PALOCCI
Sobre o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre o qual recaem suspeitas de ter multiplicado ilicitamente o patrimônio por vinte em quatro anos, período em que foi deputado federal e consultor, Luizianne Lins disse que é preciso “tranquilidade para não condenar pessoas assim que apareçam sinais de fumaça”. Ela reconheceu que Palocci ocupa cargo estratégico no Governo Dilma e que precisa dar explicações públicas. “É um cargo muito delicado, é um cargo estratégico para o governo e para o próprio governo é importante que haja uma estabilidade, e não um questionamento permanente sobre uma pessoa com a dimensão tão importante”, disse a prefeita.

Para Luizianne, “o partido (PT) deve avaliar se as explicações são convincentes ou geram instabilidade. É preciso mostrar a origem dos recursos. Ele deve ter o discernimento de deixar o cargo se considerar que não vai conseguir explicar”. A prefeita evitou opinar se Palocci deve ou não deixar o governo. “Eu acho que ele deve deixar o cargo, caso não consegua explicar a origem de seu enriquecimento, supostamente, na proporção que foi”, finaliza a prefeita de Fortaleza.

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