Greve - Professores decidem manter a paralisação

Por Elvira Sena
Da Redação

Os professores da Rede Municipal de Ensino, em greve desde o dia 26 de abril, decidiram continuar com a paralisação, por tempo indeterminado. Em manifestação, na manhã de ontem, em frente ao prédio da Secretaria de Educação do Município, os docentes chamaram a secretária de Educação e a prefeita para dialogar; disseram que não foram comunicados da decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), de considerar a greve ilegal, e reclamaram não estar recebendo o piso salarial da categoria.

A manifestação teve início às nove horas, com uma caminhada pela avenida Desembargador Moreira, no Dionísio Torres. Depois, os professores ficaram em frente ao prédio da Secretaria de Educação. O trânsito, nas imediações, chegou a ficar congestionado. Mas, apesar da grande movimentação, não foram registrados tumultos, como brigas, ou uso de bombas de efeito moral.

Bandeiras, cartazes e vassouras ocuparam a avenida, juntamente com músicas e palavras de ordem. “Agora é greve”, frisaram. Além dos professores, estiveram presentes à manifestação representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); da Centro de Movimentos Populares; da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e da Pastoral Social do Menor, dando apoio ao movimento.

Os docentes fizeram questão de mostrar os contra-cheques recebidos nos últimos meses, questionando as afirmações da Secretaria de Educação, quanto ao recebimento da categoria. “Não recebemos o piso”, disse a professora Denise Barbosa, mostrando o último contra-cheque dela, de R$ 989,00. “A Prefeitura diz que recebemos um reajuste. Não foi”.

Nesta sexta-feira, às oito horas, os professores reúnem-se novamente. Será em frente ao Ginásio Paulo Sarasate. Eles vão analisar a paralisação. “A greve continua. Não tivemos ainda acesso aos documentos do TJCE, que considera o movimento ilegal”, disse a diretora colegiada do Sindiute, Gardênia Baima. “Quando recebermos oficialmente o documento, vamos recorrer”.
Os grevistas contestaram a afirmação da Prefeitura de que a greve estaria prejudicando alunos que dependem da escola para ter alimentação. “Não somos merendeiras, somos professores”, afirmou o professor Wellington Monteiro, do comando de greve. “Não tem quem se preocupe mais com o aluno do que o professor”. Ele disse também que todos os dias parados serão recuperados.

Sindifort reclama pagamento
da primeira parcela do 13o
O departamento jurídico do Sindifort ingressou com ação na Justiça, pedindo antecipação de tutela para garantir que a Prefeitura pague a primeira parcela do 130 salário aos professores em greve. O processo tramita na 4a Vara da Fazenda Pública.

O juiz Mantovanni Colares Cavalcante proferiu decisão, que determina a intimação da Procuradoria do Município de Fortaleza, em 72 horas, a contar da data da intimação, manifestar-se sobre o pedido antecipatório liminar.

O município de Fortaleza deverá ser notificado da decisão. O fato da greve dos professores ter sido declarada ilegal, não desobriga o município de Fortaleza de cumprir a determinação judicial.

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