A festa que congrega simpatias casamenteiras, cultura popular do Cariri e uma grande programação de shows chega ao fim nesta segunda-feira, 13, com a tradicional Procissão de Santo Antônio, saindo às 16h da Igreja Matriz, e com o show do grupo Rosa de Saron, às 20h30, no Parque da Cidade
Uma festa popular de tradição secular, que atrai anualmente um público de mais de 500 mil pessoas e é atração nacional para “encalhados” e “encalhadas” que sonham em se casar. Assim é a Festa de Santo Antônio de Barbalha, a 610 km de Fortaleza. A festa se encerra hoje, após uma extensa programação que teve seu marco inicial dia 13/5, com o Corte do Pau da Bandeira, e atraiu 350 mil pessoas no domingo, 29/5, com o carregamento do mastro de 23 metros e 2,5 toneladas, fincado por 200 carregadores, no Patamar da Igreja Matriz.
Fechando a programação da Festa de Santo Antônio, acontece nesta segunda-feira a tradicional Procissão de Santo Antônio, com saída às 16h, da Igreja Matriz, e sequência por várias ruas da cidade. A programação também tem como destaque a apresentação de documentário sobre As Solteironas, às 20h, na Secretaria Municipal de Turismo.
No mesmo local, às 20h30, acontece coquetel em homenagem aos 10 anos da Noite das Solteironas, evento que acontece na véspera do Carregamento do Pau da Bandeira. E no Parque da Cidade, também a partir das 20h30, o grupo Rosa de Saron fecha a programação musical da Festa.
Após mais de 20 anos, todos os shows da Festa de Santo Antônio voltaram a ter acesso gratuito à população, conforme destaca o prefeito José Leite, ressaltando o trabalho da Prefeitura de Barbalha para democratizar ainda mais a festa e reforçando o caráter popular e participativo das comemorações. “Estamos muito satisfeitos em encerrar mais uma Festa de Santo Antônio, em clima de absoluta tranquilidade e com enorme participação popular. O público, inclusive, superou as expectativas. Moradores e visitantes fizeram uma festa belíssima e com muita paz”, comenta o prefeito José Leite.
Tradição entre sagrado e profano
O Carregamento do Pau da Bandeira, marco da Festa de Santo Antônio de Barbalha, é acompanhado por uma procissão de centenas de milhares de pessoas, em uma tradição que une elementos sagrados e profanos, e que atrai especialmente quem sonha com casamento. São vários os rituais e simpatias capazes, segundo os participantes, de “remediar” até mesmo os mais longevos “encalhados”, pondo fim à “solteirice”.
A vontade de arrumar um bom partido leva milhares de moças a participar da Festa, tocando o Pau da Bandeira, sentando-se sobre ele e mesmo bebendo o chá produzido com pedaços da casca da árvore. Também não falta quem assine a bandeira com a imagem de Santo Antônio, para reforçar o pedido.
Patrimônio cultural
A tradição do ritual profano que introduz as festividades em homenagem ao padroeiro de Barbalha se repete desde os anos 40 do século XVIII. Ação iniciada como ato de devoção e fé, onde os carregadores cumpriam promessas por graças alcançadas, o carregamento do pau da bandeira de Santo Antonio tornou-se um fenômeno cultural estudado por pesquisadores e intelectuais de várias partes do mundo, por ter se tornado uma “romaria” em que o simbolismo reunido em torno de um objeto de adorno a um Santo diminui as fronteiras entre sagrado e profano.
Este ano, está sendo lançado um documentário, dirigido pelo cineasta Rosemberg Cariry e produzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que trabalha o tombamento do evento como patrimônio cultural brasileiro.
Do blog em Barbalha, com Dawton Moura
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