A maldição do Lago Paranoá



Lancha atinge embarcação que era retirada de lago no DF
CAROLINA LEAL

Uma lancha atingiu na noite de sexta-feira (27) a embarcação que naufragou no lago Paranoá, em Brasília (DF), na noite de domingo (22), e que tinha começado a emergir ontem.

Segundo o o tenente-coronel Negrão, do Corpo de Bombeiros, a lancha era conduzida por um homem com sinais de embriaguez, que bateu contra o barco e danificou dois balões de flutuação usados para mover a embarcação que tinha naufragado.

O homem que pilotava a lancha foi levado pela Marinha a uma delegacia, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro.

Balões de flutuação têm diferentes capacidades e foram usados ontem para mover a embarcação, na tentativa de retirá-la do lago. Parte do trabalho deu certo --os bombeiros conseguiram 'desencravar' a popa (parte de trás) da embarcação do fundo do lago. O trabalho iria iria ser retomado neste sábado, mas, com o acidente, deve sofrer atrasos.

Um dos balões atingidos pela lancha tem capacidade para levantar 6.000 kg, e o outro, 2.000 kg. Eles seriam reposicionados na proa do barco para conseguir elevar a embarcação e colocá-la numa posição de navegação.

Segundo Negrão, as equipes estão desde as 7h no lago para avaliar os danos. Caso não seja mais possível usar os dois balões de flutuação atingidos, será necessário reposicionar os demais balões --o problema é que eles estão em pontos estratégicos de sustentação do barco, e um reposicionamento errado pode fazer com que a embarcação afunde novamente.

A retirada do barco do fundo do lago é fundamental para as investigações da Polícia Civil, que terá o apoio da Marinha para descobrir as possíveis causas do acidente. A superlotação é uma das hipóteses que estão sendo investigadas para o acidente.

INVESTIGAÇÃO

O "Imagination" havia partido de um clube e passava por outros recolhendo passageiros para uma festa. Ele enfrentou problemas quando passava próximo da ponte Juscelino Kubitschek. Nove pessoas morreram no naufrágio.

Segundo relato de sobreviventes, o barco virou após uma lancha passar muito perto e provocar ondulações, mas as circunstâncias do acidente ainda estão sendo investigadas. O garçom Everaldo Sales da Silva, 43, negou que a lancha tenha provocado ondulações.

"Já ouvimos relatos de colisão, de problema, de explosão, mas isso é prematuro. Só teremos certeza com a perícia", afirmou o delegado titular do 10º DP, Adival Cardoso de Matos, que investiga o caso.

O comandante do barco, Airton da Silva Maciel, era habilitado para a função. Ele e o proprietário da embarcação foram ouvidos pela Polícia Civil e, segundo o delegado, afirmaram que o barco era legalizado.

Passageiros relataram que ninguém usava coletes salva-vidas. O comandante afirmou que começou a distribuir os coletes assim que o problema começou, mas que o barco submergiu muito rápido, o que teria dificultado a distribuição.

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