FIEC busca convergência de ações


O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, reuniu hoje (30/5) pela manhã, durante evento na cobertura da Casa da Indústria, a bancada federal cearense e o setor empresarial, quando foi sugerida uma maior aproximação entre os dois segmentos com vistas ao encaminhamento de pleitos do estado. O encontro foi articulado pelo Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) da FIEC na perspectiva de que possa abrir um canal de relacionamento com o parlamento sempre que se fizer necessário. Em março, a FIEC já havia promovido evento com essa finalidade com a mesa diretora da Assembleia Legislativa.

Ao abrir a reunião, o presidente da FIEC destacou que o objetivo do encontro era criar uma convergência de interesses voltados a atender às demandas da indústria e em prol do desenvolvimento sustentável do Ceará. Destacou que a iniciativa faz parte das diretrizes de seu segundo mandato à frente da entidade, de interagir mais com a sociedade. Ao mesmo tempo, Roberto Macêdo disse que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também tem incentivado as outras federações a promoverem eventos dessa natureza. Dessa forma, o líder classista afirmou ser importante que as federações nordestinas possam se unir em torno de uma agenda comum em favor da região. Segundo Roberto Macêdo, a ideia ao reunir bancada cearense não era sair do encontro com uma agenda definida, mas com a certeza de que é possível abrir espaços para encaminhar os pleitos.

Durante o encontro, o gerente executivo da unidade de Assuntos Legislativos da CNI, Vladson Bahia (foto, à direita), fez explanação de como a instituição atua no Congresso Nacional na defesa dos interesses da indústria brasileira. Segundo ele, com a redemocratização do país os canais de participação da sociedade cresceram e ganharam importância, bem como se tornou necessário que as instituições se fizessem representar nas casas legislativas. Em relação à indústria, explicou Vladson Bahia, os interesses se vinculam diretamente ao desenvolvimento da economia como um todo.

De acordo com o representante da CNI, tramitam atualmente 16.501 proposições legislativas no Congresso Nacional. Desse total, 3.697 estão sendo acompanhadas pelo Coal da CNI – desde questões envolvendo a legislação ambiental à tributação. Para que tal acompanhamento seja possível, destacou Vladson Bahia, a ação nas duas casas legislativas do Congresso Nacional começa na entrada das proposições para saber sobre o que se trata, passa por ouvir entidades interessadas, até a definição do posicionamento da CNI sobre determinado assunto.

Vladson Bahia ressaltou ainda que o Coal acompanha a pauta nas casas para mostrar aos parlamentares a posição da indústria. A ideia é tentar convencê-los sobre os prós e contras do que se está discutindo. O executivo da CNI afirmou que é um trabalho bem articulado, meticuloso, mas sobretudo profissional e democrático porque para o posicionamento final da Confederação o setor industrial é ouvido por meio de suas entidades representativas. Disse ainda que atualmente a CNI tem assumido como prioridade nesse trabalho o aumento da competitividade.

Um exemplo concreto da ação é a instituição da Agenda Legislativa da Indústria, que procura ir além da listagem dos projetos de interesse do setor em tramitação no Congresso. O documento indica as propostas que têm potencial para dinamizar os negócios, ampliando a competitividade das empresas, e aquelas que, ao contrário, prejudicam, na ótica da indústria, a modernização da atividade econômica. Para a edição deste ano, foram analisados cerca de 400 projetos, que resultaram em 128, contra 117 propostas que compuseram a Agenda 2010. A partir desse universo, foi montada a chamada pauta mínima, composta por 21 temas.

Líder da bancada cearense em Brasília, o deputado federal José Arnon Bezerra (PTB) (foto, à esquerda) declarou que, quando se exerce cargo público, pode-se passar a impressão de que o político é uma pessoa fria e inacessível que só aparece em época de eleição. "Mas se só aparecemos em época eleitoral é porque no restante do mandato estamos trabalhando", sublinhou. Nesse sentido, Arnon frisou que o político deve ser sempre o instrumento de atendimento das reivindicações da sociedade. “Para isso, porém, é preciso ouvir para aprender porque o nosso objetivo é sempre tentar acertar."

Segundo Arnon, é obrigação do parlamentar estar aberto para ouvir a sociedade. “A FIEC, como parte dela, é importante para que se possa desenvolver o mandato parlamentar com eficiência.” Ele lembrou que o mundo se modernizou e não se admite mais amadorismo em qualquer tipo de relação profissional. Por conta disso, colocou-se à disposição da entidade para encaminhar a quem de direito os pleitos da indústria que visem à melhoria das condições de vida da população cearense. O deputado ressaltou também que o momento é propício, já que não se está vivendo o período de pressão das eleições.

Além de Arnon Bezerra, ressaltaram a importância do encontro e da aproximação com o setor produtivo o senador Inácio Arruda (PC do B) (à direita; os demais, abaixo, na sequencia) e os deputados federais Ariosto Holanda (PSB), Artur Bruno (PT), André Figueredo (PDT), Raimundo Gomes de Matos (PSDB) e Mauro Benevides (PMDB). Inácio, por exemplo, citou diversos pleitos relacionados à indústria que tiveram seu apoio quando se fizeram importantes para o estado. Já Ariosto pediu o apoio da FIEC para apoiar o Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste, apresentado pela primeira vez durante o Inova 2009. Ele também fez referência ao Plano Nacional de Educação (PNE) que está em tramitação e aguarda sugestões para a sua conclusão.

Com relação ao PNE, Artur Bruno lembrou que no próximo dia 13 de junho o CIC deverá debatê-lo no fórum Observatório de Educação. O parlamentar sugeriu que os empresários se articulassem para apresentar suas propostas a serem levadas pelos deputados cearenses. Raimundo Gomes de Matos afirmou ser importante a articulação do setor empresarial, mas lembrou de iniciativas que até hoje aguardam solução, citando o projeto da Sudene.

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