Secretários faltam a debate com a população no projeto Câmara nos Bairros

Embora tenham sido convidados, os secretários municipais não compareceram à abertura do projeto “Câmara nos Bairros” realizada ontem, no Centro Urbano de Cultura, Ciência, Esporte e Arte (Cuca) pela Câmara Municipal de Fortaleza, alegando que estavam no velório do presidente da Companhia de Transporte Coletivo (CTC), João Batista Oliveira. A ausência foi munição extra para população e a bancada de oposição cobrar melhorias para os bairros.

Logo no início da sessão, a falta foi lastimada pelo vereador Carlos Mesquita (PMDB), que presidia os trabalhos. Apesar de aliado, o peemedebista afirmou que “quando souberem do êxito da reunião irão se arrepender de não terem comparecido”.

Francisco José Colares, gari e morador do conjunto habitacional Dom Heldér Câmara, acusou a gestão de não ter competência e pediu que os secretários saíssem de seus gabinetes e levassem obras para as comunidades. “Solicito uma escola próxima ao conjunto Dom Hélder. Ação social para os jovens. Dinheiro tem, porque não funcionam a educação e a saúde. O discurso era porque o gestor [anterior] pertencia a outro partido político e, agora que é tudo aliado. Mas, a cidade continua assim”, disse o morador.
Já José Maria, morador do bairro Ellery, capitalizou sua fala e, dirigiu-se aos vereadores: “alguns vereadores reclama dos investimentos da Prefeitura no Réveillon. Mas, quando a Lei Orçamentária Anual chega à Câmara, eles aprovam”. Ele também quis saber quando o Conselho Municipal da Cidade será criado. E entregou um documento cobrando a abertura de uma rua, que ligue a Avenida Pasteur à Avenida Bezerra de Menezes.

Para a vereadora Eliana Gomes (PCdoB), as demandas são válidas, haja vista a necessidade da população. Porém, defendeu a gestão municipal afirmando que a prefeita Luizianne Lins (PT) enfrenta dificuldades. E recordou o corte de R$ 50 milhões do Orçamento Federal, que seria destinado para aplicação em programas de habitação. Eliana também cobrou a presença dos secretários aos encontros.

Valdeck Vasconcelos, vereador do PTB, entende que o Câmara nos Bairros é o momento em que os eleitores podem avaliar como estão se comportando os vereadores eleitos. O vereador disse que a Câmara vai continuar dando resposta às pessoas sobre sua atuação.

Único presente ao debate, o coordenador da Secretaria Executiva Regional I, Fábio Braga, disse que algumas reivindicações não são de responsabilidade da Regional, pois, hoje, as secretarias executivas ganharam outra roupagem. E encaminhará às secretárias temáticas as problemáticas. Ele afirmou ainda que está assinando algumas ordens de serviço para recuperar as praças da região.

“Demandas”
As críticas à gestão municipal prosseguiram após o debate, quando os vereadores falaram com os jornalistas. “Lamentável, a ausência concreta do poder público. Emendas coletivas que ainda não saíram do papel. É um desrespeito à Casa Legislativa. Irei fazer uma carta das demandas populares”, declarou Ciro Albuquerque (PTC).

Já o presidente da Câmara, Acrísio Sena (PT), seguiu linha diferente. Para o petista, o contato com a população foi interessante. Os vereadores puderam ouvir os anseios das comunidades e, desta forma, dialogar em busca de soluções para os problemas.

Segundo Acrísio, apesar da ausência dos gestores municipais, o debate não foi prejudicado. “Todas as reivindicações serão enviadas aos respectivos secretários. Dá próxima vez, se houver outro contratempo, se designe um representante para que não se deixe a lacuna. Acho que com a presença deles o debate se torna mais rico entre população e pode público, e o dialogo se torna mais rápido”, ponderou.

Ausente
O secretário de Segurança Pública do Estado, coronel Bezerra, também não compareceu ao encontro. Mas, segundo a assessoria da Câmara, o gestor já havia marcado outro compromisso a mais de 30 dias.

O próximo “Câmara nos Bairros” acontecerá na última quinta-feira do mês de abril, na escola Frei Tito de Alencar, no bairro do Caça e Pesca.

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