Pré-datado é arma contra restrições ao crédito

Uso do cheque com data posterior é opção do mercado para driblar medidas do governo

Desde dezembro, o consumidor e o mercado driblam as restrições ao crédito feitas pelo governo com uma invenção brasileira: o cheque pré-datado. Do último trimestre de 2010 para o primeiro deste ano, a fatia do pré-datado no total de cheques emitidos aumentou quase 2 pontos porcentuais, de 76,37% para 78,04%.

Esse acréscimo equivale a R$ 13,250 bilhões que irrigaram o mercado fora das estatísticas do Banco Central no período. No ano, o crédito do pré-datado pode atingir R$ 53 bilhões, calcula José Antônio Praxedes Neto, presidente da Telecheque, empresa especializada em concessão de crédito ao varejo.

O pré-datado, segundo ele, responde por 15% do volume de crédito livre destinado a consumidores e empresas no País e é uma alternativa de crédito com custo financeiro bem mais acessível que as linhas das financeiras.

Nas contas do executivo, a prestação de um financiamento de R$ 1.000, em dez vezes, no pré-datado, embutindo uma taxa de desconto antecipado do cheque de 1,5%, seria quase 11% menor comparada à mensalidade de um financiamento do mesmo valor e prazo, com juros de 3,5% ao mês e o novo IOF.

Nenhum comentário:

Postar um comentário