Desconfie do governo afável, do governo cordial. Quando se trata do seu bolso, só há dois tipos de governo: os ruins e os piores.
Tome-se o caso da gasolina. Virou tortura psicológica. Vai aumentar, disse o cabeça da Petrobras. Não está previsto, desmentiu o ministro da Fazenda.
Em meio ao sobe-não-sobe, achegou-se aos refletores o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Seu lero-lero pode ser dividido em duas partes.
No primeiro pedaço, disse que a Petrobras, de fato, “tem interesse em fazer um reajuste”. Mas Mantega e ele discordam.
Melhor: Dilma Rousseff “não quer que haja esse aumento”.
O segundo naco da declaração de Lobão chega antes que a bugrada tenha tempo de suspirar:
"Se o preço internacional do barril de petróleo se elevar substancialmente, além do patamar de hoje, que já está bastante elevado, aí se tornará inevitável".
Ou seja: o Mantega não quer, o Lobão não deseja, a Dilma não admite nem ouvir falar. Porém, o aumento da gasolina encontra-se sobre a mesa.
O diabo é que o aumento já saiu do tampo da mesa governamental e está nas bombas, no tanque do meu, do seu, do nosso carango sacolejado e afrouxado nos buracos de Fortaleza, a bela da fera.
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