Ex-presidente americano Carter diz esperar melhor relação com Cuba



DA REUTERS, EM HAVANA

O ex-presidente norte-americano Jimmy Carter disse nesta terça-feira esperar contribuir para "melhores relações" entre Estados Unidos e Cuba.

Ele afirmou não estar na ilha em busca da libertação de um norte-americano contratado do governo dos EUA, cuja prisão vem impedindo a melhoria das relações entre os dois países, inimigos do tempo da guerra fria.

Em visita a Havana, Carter disse a repórteres ter conversado com autoridades cubanas sobre Alan Gross, que está cumprindo uma sentença de 15 anos de prisão por tentar prover acesso ilegal à internet para grupos de cubanos. Mas Carter afirmou, falando em espanhol: "Não estou aqui para levá-lo para fora do país. Espero que nós possamos contribuir para melhores relações entre os dois países", afirmou.

Javier Galeano/AFP

Presidente cubano, Raúl Castro (à esq.) cumprimentaex-presidente dos EUA Jimmy Carter
Carter, de 86 anos, está em sua segunda viagem diplomática ao país de regime comunista. Em 2002, foi pela primeira vez à ilha, em uma visita histórica.

Ele se reuniu hoje com o presidente cubano, Raúl Castro, no segundo dia de sua rápida viagem particular feita a convite de Cuba. O conteúdo da conversa não ficou claro.

Imagens de TV mostraram ambos vestindo terno e gravata, se cumprimentando e se sentando para conversar, ao lado da mulher de Carter, Rosalynn, e do chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

A atual viagem causou especulações de que Carter iria tentar plantar as bases para a libertação de Gross, uma vez que, depois de deixar a Presidência, ele atuou informalmente como um "solucionador de problemas" pela via diplomática. Em agosto, ele conseguiu que a Coreia do Norte soltasse um norte-americano preso.

Gross, de 61 anos, foi detido em dezembro de 2009 quando trabalhava em Cuba como parte de um programa secreto dos EUA para promover mudanças políticas na ilha. Mas Cuba encarou o serviço como parte das várias tentativas dos EUA de minar o governo comunista, instalado no país após a revolução de 1959

A segunda visita de Carter à ilha chamou a atenção porque nenhum outro presidente dos EUA --no cargo ou não-- foi à Cuba depois da revolução, apesar de os dois países estarem a apenas 145 quilômetros de distância pelo mar.

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