Embate - No aniversário de Fortaleza, Lins é o alvo


O tempo passou tambem pra Prefeita.

Por Bruno Pontes
Da Redação doJornal O Estado

As críticas à prefeita Luizianne Lins (PT), na AL, intensificaram-se ontem, no aniversário da Cidade. O ex-vereador Mário Hélio (PMN) começou a homenagem. “Infelizmente, não é possível comemorar o aniversário de uma cidade maltratada, esburacada, cheia de lixo, em que a administração não tem respeito ao nosso povo. É uma administração irresponsável e incompetente”.

Hélio contrastou o desempenho de Luizianne com o de outros prefeitos, elogiando, entre outros, Lúcio Alcântara, Ciro Gomes, Antônio Cambraia e “o grande Juraci Magalhães”. Segundo o ex-vereador, o sucessor de Luizianne “terá que ter capacidade de liderança e pulso administrativo”, isto é, “características diferentes” das dela.

O deputado disse duvidar da capacidade da Prefeitura de concluir todas as obras necessárias para a realização da Copa 2014. “O governador entregou na mão da prefeita R$ 15 milhões para reformar o PV e a coisa ainda está se arrastando. É falta de competência mesmo”.

Em vez de obras, o que se vê são “tubos de dinheiro” gastos em festas, disse Hélio, que leu da tribuna da Assembleia uma carta endereçada aos fortalezenses, urgindo-os a eleger, em 2012, um candidato que não seja o de Luizianne. “O sofrimento já atinge seis anos. Mas vamos esquecer o poste sem luz e sonhar com novas fontes de energia. Roguemos a Deus para iluminar de sabedoria o nosso povo, para que rompamos com o caos que nos envergonha”.

DESORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Juntou-se a Hélio o deputado Fernando Hugo (PSDB), segundo quem a gestão da petista deixa a desejar “não só na questão físico-estrutural, e acima de tudo pela desorganização administrativa”, maquiada, segundo ele, pela “enganação festeira”.

O tucano tornou a aconselhar o governador Cid Gomes (PSB) a não esperar por Luizianne e assumir a responsabilidade pelas obras da Copa de 2014 na Capital. “Se o governador Cid Gomes quiser a Copa, ele que ponha o carro adiante dos bois e corra. Se depender de Luizianne e sua claque, nem a copa suburbana será feita em Fortaleza”.

PÃO E CIRCO
A imagem do pão e circo também foi evocada por Francisco Cavalcante, o Delegado (PDT). “Não temos nada a comemorar nesta capital. O que temos visto é o povo revoltado, sendo acalmado com muitas festas”.

Exemplo desse procedimento paliativo, segundo o delegado, é o show com a cantora Daniela Mercury que a Prefeitura ofereceu ontem à noite. “Leio aqui num folheto da Prefeitura o convite para um show da Daniela Mecury. O aniversário da cidade merece este show? Merece, mas merece primeiro uma cidade limpa, com trânsito digno, com hospital público que não escolha quem vai viver e quem vai morrer”.

Fernando Hugo aproveitou e leu em voz alta “pérolas de Linda Lins” no folheto da Prefeitura, vazadas num tom que, conforme o tucano “nem Calígula nem Nero” usaram: “Está escrito no folheto: ‘o fortalezense faz festa e gosta de comemorar. Esse é um dos maiores presentes que uma cidade pode querer. O presente que Fortaleza merece e quer fazer chegar às ruas e a cada um de seus moradores e visitantes, é festa!”.

É CULPA DO CAPITALISMO
Defendendo Luizianne, Eliane Novais (PSB) destacou que Fortaleza, de acordo com Inesc, ocupa o primeiro lugar em transparência no Nordeste e bateu recordes na geração de empregos e nos números relativos à cadeia do turismo.
Eliane acredita que, para a cidade avançar, o povo precisa ajudar. “A cidade é um ente coletivo. Temos que pensar numa administração coletiva, e não individualista. Temos a responsabilidade de não jogar lixo na rua. Precisamos amar Fortaleza coletivamente”. Já Francisco Pinheiro (PT) rebateu a censura às festas da Prefeitura afirmando que “só os conservadores acham que o povo não tem direito à arte e ao lazer”.
Líder do governo Cid na AL e sugerido a esta função por Luizianne, Antônio Carlos (PT) disse que Fortaleza “não quer só comida; quer comida, diversão e arte”. Ele reconheceu que as mazelas existem, mas a culpa, salientou, é da ordem econômica que Karl Marx quis ver destruída. “Essa cidade é cheia de problemas, porque é uma sociedade capitalista e desigual, e não conseguiremos resolver todos eles. Vivemos numa sociedade capitalista, que por si só é desigual”.

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