Cuba: entre 'mudar e afundar'


Morador anda em frente a um muro recém pintado em Havana - Foto: / Reuters

"Cambio", mudança em português, parece ser a palavra que mais se diz, ouve-se, anseia-se ou teme-se em Cuba por esses dias.

Para os delegados que abrem neste sábado o 6º Congresso do Partido Comunista Cubano, em Havana, ela se traduz na discussão das modificações econômicas para tirar o país da crise.

Para a população, gera um frio na espinha, já que assuntos como demissões nas empresas estatais e o fim de produtos subsidiados estão em pauta.

Já para os dissidentes, significa algo que ficará de fora da agenda, pois as mudanças nas liberdades civis não estão previstas nesses quatro dias de discussão.

A expectativa é justificada. Este é o primeiro congresso desde 1997, e o presidente Raúl Castro o considera vital para "atualizar" os rumos do país. É também o primeiro sem a presença de Fidel, que renunciou ao cargo de primeiro secretário devido a problemas de saúde.

A abertura coincide com o 50º aniversário da vitória na Baía dos Porcos, quando o país repeliu a invasão de exilados apoiados pelos Estados Unidos.

- Ou mudamos o curso ou afundamos - disse o presidente, ao anunciar a reunião dos membros do PCC.

Algumas das cerca de 300 propostas de mudanças que serão discutidas pelos mil delegados foram anunciadas no ano passado e já começaram a ser implementadas.

Talvez a mais polêmica seja a demissão de 500 mil empregados estatais, como forma de reduzir os custos. Embora esteja sendo implementada, ela segue em passo lento e muitos apostam que a meta possa ser reduzida.

Penso eu - É este o clima que alguns cearenses, sonhadores comunistas das antigas, encontrarão na Cuba que conheço muito bem. Voltarão de lá maravilhados com o que verão, dirão sobre o que lhes será mostrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário