Briga de comadres nas camarinhas do velho PFL

Caiado ataca Jorge Bornhausen: Ele é ‘quinta coluna".

Ronaldo Caiado (GO), vice-líder do DEM na Câmara, fez duros ataques ao presidente de honra de seu partido, o ex-senador Jorge Bornhausen (SC).

O deputado pendurou no seu microblog um lote de 12 notas. Redigiu-as em termos ácidos.

Abriu a bateria com uma estocada nos ex-colegas de bancada que migraram para o PSD de Gilberto Kassab. Mirou abaixo da linha da cintura:

“É claro que existem os fracos de caráter e postura, que já abandonaram a oposição com menos de três meses de mandato”.

Enalteceu os remanescentes: “Os que ficaram têm a chance de consolidar a imagem de políticos de fibra, conteúdo. Não desistimos da luta, por mais difícil que ela seja!”

Refugou a hipótese de fusão do DEM com o PSDB. Ao contabilizar a reduzida tropa oposicionista, lembrou a votação obtida por José Serra em 2010:

“A fusão com o PSDB não favorece a oposição. Temos hoje um cenário positivo. São 96 deputados em defesa de 44 milhões de votos recebidos”.

Em seguida, voltou-se para Jorge Bornhausen. Atribuiu a ele a idéia de rebatizar o PFL, que considerou equivocada:

“Essa história de mudar para DEM foi ideia de Jorge Bornhausen, [Antonio] Lavareda e Saulo Queiroz. Criaram uma tese que quase afundou o partido”.

Lavareda é sociólogo e analista de pesquisas. Saulo era tesoureiro do DEM. Aliado de Bornhausen, já migrou para o PSD.

Caiado como que sugere para o ex-PFL a adoção de um nome novo, PRD:

“Nós somos o Partido da Resistência Democrática! Que os coveiros fracassados sigam o caminho adesista e de traição. As urnas darão a resposta”.

O deputado dá de barato que Bornhausen seguirá o mesmo rumo de Saulo. Escreve que ambos já “saíram”:

“Jorge Bornhausen e Saulo Queiroz mudaram o nome e os rumos do PFL, fracassaram, tentaram covardemente jogar a culpa em outros e saíram”.

Realça no ex-correligionário a vocação governista: “Jorge Bornhausen, que sempre foi de se acomodar à sombra do poder, trabalha para entrar no governo do PT”.

Recorda uma passagem da eleição de 2010: o comício em que Lula atacou, na Santa Catarina de Bornhausem, o DEM:

“Jorge Bornhausen ajuda Lula, que disse, em SC, tentar exterminar o DEM! A que ponto chegamos. Também faz a ponte entre governo-PSD”.

Repisa a rejeição à junção com o tucanato:

“Sem fusão! Vamos trabalhar e dar o exemplo em 2012. Da forma democrática, disputando eleições! Não entraremos no Palácio pelos fundos”.

Trata Bornhausen como um silvério: “A atuação da quinta coluna no DEM foi lamentável e já entrou para a história”.

Enxerga nos primeiros movimentos de Kassab uma ilegalidade:

“PSD cometeu uma fraude. O partido não fechou a ata de sua fundação, que foi semana passada. Por acaso o evento ainda está em andamento?”

Insinua que tomará providências: “Estamos de olho! Vamos questionar e denunciar essa fraude do PSD. Ata de fundação em aberto depois de uma semana?”

Devagarzinho, a conflagração que corrói as entranhas do DEM vai transbordando. Caiado levou a roupa suja dos gabinetes fechados para a mais moderna das praças públicas: a internet.

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