Audiência na AL debaterá situação dos planos de saúde

O deputado Fernando Hugo (PSDB) anunciou uma audiência pública que será realizada amanhã para discutir o atendimento e a remuneração paga pelos planos privados de saúde aos médicos. A reunião será promovida pelas comissões de Seguridade Social e Saúde e Defesa do Consumidor, às 14h, no Complexo de Comissões Técnicas. Foram convidados representantes do Ministério Público, OAB, sindicato dos médicos, Conselho Regional de Medicina, planos de saúde e usuários dos planos.

O parlamentar informou que está acontecendo uma paralisação nacional dos profissionais médicos que trabalham com planos de saúde. Segundo ele, as condições de trabalho estão se precarizando e muitos exames estão sendo proibidos pelos planos, limitando a amplitude do atendimento. “Os planos de saúde fazem maus-tratos com os usuários e médicos. Há diversas situações vexatórias em postos de atendimento de emergência e urgência”, avaliou.

Hugo frisou que a categoria pede reajuste dos valores pagos pelos procedimentos, mas não é essa a única causa do descontentamento dos médicos. “São 160 mil médicos que trabalham, atendendo a uma população de mais de 42 milhões de usuários. Porém, há inúmeros casos que este atendimento deixa a desejar pelos limites de exames e procedimentos impostos pelas empresas”.

O deputado recordou que foi um dos primeiros médicos a aderir ao plano Unimed, por entender que a cooperativa seria a melhor forma de oferecer um serviço de qualidade por um preço razoável. “Mas, progressivamente, houve o desencanto. Hoje os planos ferem tanto médicos como usuários. Os procedimentos foram reajustados em cerca de 40%, enquanto o valor pago pelo usuário foi reajustado em 133%”, disse.

Em risco
Segundo Fernando Hugo, há casos em que os limites dos planos de saúde chegam a colocar vidas em risco. Como exemplo, citou o caso de uma amiga que foi forçada a assinar um cheque de R$ 18 mil, porque o plano não permitia o indispensável uso de um cateter para um procedimento trombolítico de emergência.

Ele pediu que a Agência Nacional da Saúde Suplementar faça fiscalização direta nos planos de saúde. “Estamos explicando para os usuários a extensão dos planos de saúde. Não há mais UTIs em número suficiente, porque não se fez uma programação de crescimento do atendimento. Vendeu-se planos demais, além das condições de atendimento dos serviços do plano”, criticou.
Segundo Fernando Hugo, os médicos estão indignados, principalmente porque, além do reajuste do procedimento insuficiente, ainda há auditores forçando o médico a não pedir exames, como forma de precarizar o atendimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário