Welington Landim alerta para o avanço do crack no Brasil com base em relatório da ONU

O líder do bloco governista, deputado Welington Landim (PSB), destacou, na sessão plenária desta quinta-feira (03/03) da Assembleia Legislativa, relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta sobre a acelerada disseminação do crack no Brasil. Conforme o parlamentar, o documento chama atenção para a associação entre o narcotráfico e a corrupção de setores do Estado brasileiro, encarregados do combate à criminalidade. “Essa é uma denúncia seríssima”, disse ele.

Segundo o deputado Weligton Landim, o documento da ONU constata que as organizações criminosas criaram um império do tráfico de drogas e passaram a representar forças governamentais. Com isso, o sistema acabou prejudicando o combate, já que os próprios órgãos que deveriam reprimir o narcotráfico estão contaminados pela corrupção.

Outro ponto grave do relatório destacado pelo líder do bloco governista foi que os lucros ilícitos gerados pelo mercado de drogas ultrapassam os gastos de vários governos para combater o crime. “A ONU entende que o problema é uma ameaça à ordem pública e à segurança nacional. Pela primeira vez um relatório chega a esse nível", disse.

"Essa informação passada pela ONU é quase desesperadora. É um balde de água gelada em um trabalho que está se procurando fazer no Estado do Ceará, com uma intervenção forte do governador Cid Gomes”, afirmou.

Segundo o documento, o Brasil continua a ser "um país de trânsito" para drogas traficadas aos Estados Unidos, África e Europa. Apesar de não haver provas de existência de laboratórios de drogas em território brasileiro, o Brasil é tido como ponto preferencial das organizações de drogas da América do Sul, devido à sua proximidade com a costa ocidental da África.

O relatório da ONU também cita a importância do combate à corrupção em áreas do Judiciário. O documento revela que as decisões devem ser públicas e disponíveis ao público em meios de informação e comunicação.

Outra situação preocupante, segundo ainda o parlamentar do PSB, é que há dois anos no nosso vizinho Piauí circula uma nova droga mais letal que o crack: é o “Oxi”. Nos últimos meses, pelos menos 18 pessoas morreram no Estado vítimas dos efeitos do entorpecente. Conhecido entre os usuários como “óleo”, o “Oxi” é um subproduto do crack. A composição da droga leva, além da pasta base de cocaína, querosene, ácido sulfúrico e cal virgem. Os efeitos no organismo são devastadores.

Com um custo de produção baixo, a pedra de “Oxi” muitas vezes é repassada ao usuário como sendo crack. Estão fumando sem saber; fumando crack sem saber que é Oxi. Sai mais barato para o traficante, pois o que você gasta para fazer um quilo de crack você faz três ou quatro quilos de Oxi.

O parlamentar trouxe para a tribuna outros dados sobre a disseminação da droga no Brasil. De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a droga já chegou a 98% dos Municípios. Apenas 8,43% desenvolvem algum programa municipal de combate. "Outra grande preocupação é que já há 16 subprodutos derivados da cocaína", acrescentou.

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