Servidores do Hospital Mental (Messejana) temem a convivência forçada com custodiados

Servidores do Hospital mental de Messejana estão sendo obrigados a conviver com todo tipo de custodiados da justiça sem a segurança necessária para preservar suas próprias vidas e a dos demais internos e acompanhantes.
Com a lotação do Setor de Drogaditos, onde são internados os viciados de toda a sorte de periculosidade, os presos passaram a ocupar as alas reservadas aos doentes mentais. Como não é permitida a revista de porte de armas dentro da unidade ou a presença de policiais, o perigo é real e já começou a se materializar.
Na segunda semana de fevereiro, um preso armado de faca agrediu um funcionário terceirizado da limpeza que tentou salvar as enfermeiras, médicos e auxiliares de enfermagem do homem que, fora de si, ameaçava atingi-los com a arma pelo simples fato de ter sido contrariado. Os policiais que ficam do lado de fora do hospital não chegaram a tempo de evitar o ataque ao funcionário e mesmo depois de dominado ele continuou ameaçando de morte a vitima. O funcionário foi atingido em várias partes do corpo e encaminhado ao IJF, não retornando mais ao trabalho. O fato foi “abafado” para que não chegasse ao conhecimento do sindicato. Depois disso, nenhuma providência foi tomada para prevenir ataques semelhantes.
Num outro episódio, um custodiado soropositivo usa como arma para se impor a mordida. E não fica só na ameaça. Pelo menos três pessoas, entre elas dois funcionários passaram a receber tratamento para AIDS depois de serem mordidos. Para não ter o mesmo fim, ninguém o contraria. “Não fomos treinados para lidar com marginais. Esse é o trabalho da polícia”, desabafa uma servidora.
A falta de atitude da direção do hospital nos dois episódios deixou uma sensação de impunidade e insegurança ainda maior entre os funcionários da unidade. Sem dar prazo, a direção prometeu construir um espaço maior para acomodar os drograditos, de forma que eles não precisem mais ocupar os leitos dos doentes mentais. Enquanto isso não acontece, o perigo ronda o hospital.

Nenhum comentário:

Postar um comentário