Ordem para atacar Líbia foi dada no Brasil


Do COrreio da Manhã, de Lisboa (Portugal)
A ordem do presidente dos EUA, Barack Obama, para o início das acções militares das forças internacionais na Líbia foi dada no Brasil, que o norte-americano visita desde o amanhecer deste sábado. Apesar de uma agenda muito intensa em Brasília, a capital brasileira, Obama foi sendo informado o dia todo por assessores da situação no norte de África.
Por:Domingos Grilo Serrinha, correspondente no Brasil

Ao embarcar para a viagem de nove horas de Washington para Brasília, Obama já tinha afirmado que tudo estava pronto para uma acção enérgica internacional se o ditador líbio, Muhammar Khadafi, não respeitasse o cessar-fogo contra alvos civis determinado pela ONU. E adiantou que a resposta a essa violação seria imediata e enérgica.
“Nosso consenso é forte e a nossa resposta é clara: o povo da Líbia precisa ser protegido.”-Afirmou Obama ainda em solo americano, acrescentando:”Na ausência do fim imediato da violência contra civis, a nossa coligação está preparada para agir, e agir com urgência.”
A ordem para que navios e submarinos norte-americanos disparassem mísseis contra alvos militares na costa líbia foi dada por Obama pouco depois de chegar à capital federal brasileira. Obama aterrou no aeroporto de Brasília às 07,42 deste sábado, hora local, e foi imediatamente para um hotel à beira do Lago Paranoá em alta velocidade, num comboio com 55 carros protegidos por helicópteros e por um gigantesco esquema de segurança formado por agentes americanos e efectivos da polícia e das Forças Armadas brasileiras.
Oficialmente, o presidente norte-americano ficaria a descansar da longa viagem até um pouco antes das 10 horas da manhã, horário previsto para o encontro com Dilma no palácio presidencial, mas essas menos de duas horas de suposto repouso foram usadas para os últimos contactos com líderes mundiais aliados, receber mais detalhes da situação e ultimar as acções militares em África. A importância do que se tratou nessas duas horas era tão grande que Obama violou o protocolo, provavelmente com concordância de Dilma Rousseff, que já o esperava no palácio, e só saiu do hotel para o encontro com a presidente brasileira mais de meia hora depois do horário previsto.
Deve ter sido nos últimos minutos antes de deixar o hotel que Obama deu a ordem decisiva para que fosse desencadeado o ataque. Pouco tempo depois, já ao lado de Dilma, afirmou a repórteres norte-americanos, os únicos autorizados a chegar perto dele, que tinha ordenado a acção. Ele explicou que as operações militares deste sábado foram apenas as primeiras de uma série de outras tendentes a evitar que Khadafi continue a massacrar cidadãos inocentes.
“Não podíamos ficar impassíveis enquanto o ditador diz ao seu próprio povo que não haverá compaixão.”-Justificou Obama, adiantando que autorizou apenas uma acção limitada, consubstanciada por ataqes aéreos com mísseis, e que, pelo menos por enquanto, aviões norte-americanos não iam invadir o espaço aéreo líbio, nem tropas americanas se envolveriam em combates no solo.
Barack Obama chegou ao Rio de Janeiro quando faltavam poucos minutos para a meia noite (hora de Lisboa). Do Air Force One, seguiu de helicóptero para o Estádio do Flamengo, sem sobrevoar as favelas, para depois ser transportado para o hotel onde pernoitou, na zona de Copacabana.

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