Obama e o perigo da Doença Holandesa no Brasil

Por Carlos Tautz (Jornalista)
Sem dar mais detalhes, o Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, informou que, durante visita a Brasília (dia 19) e Rio (20), Obama negociaria a compra de parte importante do petróleo do pré-sal. No longo prazo, o objetivo dos Estados Unidos seria fazer do Brasil o substituto dos instáveis países do Oriente Médio na condição de principal exportador de óleo aos EUA. Mesmo que ainda por ser confirmada, esta é uma notícia que, dependendo dos olhos de quem a lê, já traz embutida uma enorme interrogação. Pode ser o prenúncio de futuro, no mínimo, incerto para o Brasil.

Alimentada por visões de curto prazo, essa diplomacia comercialista vê na estabilidade política do Brasil do pré-sal uma vantagem a ser oferecida aos EUA, devorador radical de combustíveis fósseis, que só teria a ganhar com uma fonte energética que não lhe aprontasse surpresas. Afinal, o mercado americano quer se livrar dos problemas que enfrenta com suas importações petrolíferas, sempre ameaçadas por convulsões em países árabes e muçulmanos ou pela eventual mudança de orientação política, como na Venezuela nacionalista de Chávez. Daí o interesse de se apresentar à Casa Branca como fornecedor seguro de óleo que nunca se daria a arroubos de desafio ao hegemon mundial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário