O líder do Partido Verde na Assembleia Legislativa, deputado Roberto Mesquita, criticou a política salarial do professores do Estado. Para ele, os salários pagos pelo Governo são “indignos”. Roberto lembrou que os professores do Liceu já chegaram a ganhar o equivalente a um desembargador. O atual governo, ao contrário, entrou na Justiça para barrar o piso nacional dos docentes. “É preciso valorizar a figura do professor para melhorar a educação”, disse.
Na avaliação do deputado, o governador Cid Gomes está fazendo uma grande gestão na área estrutural, mas a valorização profissional é desastrosa. “Não adianta de nada construir belas escolas, modelos no Brasil, se não pagar bem aos professores”, contrapôs afirmando que essa desvalorização é uma das principais causas da baixa qualidade da educação no Ceará.
As afirmações foram feitas durante reunião da comissão de Agropecuária nesta quinta-feira (24). O debate sobre educação no campo recebeu o presidente do Conselho Estadual de Educação, professor Edgar Linhares. O professor afirmou que o maior gargalo na educação brasileira é o baixo investimento no setor. “Hoje se gasta menos de 4,5% do PIB com educação. A Finlândia, que tem a melhor educação do mundo, gasta 15%”, comparou.
Linhares explanou ainda que o currículo adotado no campo deve ser reformado, para adequar-se às realidades locais desde o ensino infantil. Ele ponderou que somente com uma educação de qualidade, que prepare profissionalmente e para a cidadania, é possível desenvolver o sertão e fixar o homem no campo.
Dados apontam que os gastos do governo com um homem na cidade é 22 vezes maior que na zona rural. O deputado Roberto Mesquita disse é preciso diminuir a desigualdade entre campo e cidade e dar boas condições de sobrevivência do homem no semi-árido, acabando com o êxodo rural. “A educação é o caminho”, assegurou.
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