Infidelidade partidária: Gony Arruda quer que deputados sejam ouvidos

Por Bruno Pontes do pessoal do Blog
O secretário Gony Arruda, do Esporte, entregará até amanhã sua defesa à Comissão de Ética do PSDB estadual, que move contra ele um processo por infidelidade partidária. Na peça, ele pede à Executiva tucana que escute o parecer dos parlamentares. “Estou solicitando que os deputados sejam ouvidos, para não parecer que nossa ida ao governo Cid foi um voo solo meu”.

Ao aceitar o convite do governador Cid Gomes (PSB) para comandar a Secretaria baseado unicamente na aprovação dos colegas de Assembleia, Gony contrariou o espírito da Executiva, que ensaia um discurso de oposição ao antigo aliado, de cujo primeiro governo o PSDB participou com dois secretários: Bismarck Maia (Turismo, hoje no PSB) e Marcos Cals (Justiça). Este ocupou o cargo até abril de 2010 e poucos meses depois, tentaria frustrar a reeleição de Cid, ficando em segundo lugar.

Ao jornal O Estado, Gony tornou a salientar o fato de que agiu com o endosso de seus pares. “Estou na Secretaria do Esporte por decisão da bancada, que foi consultada por mim. Eu só aceitaria o cargo com a concordância da bancada, e assim foi feito”, disse ele ontem, repetindo que dos dez tucanos sondados, oito se disseram a favor de sua ida ao governo. João Jaime estava no exterior. Fernando Hugo não quis opinar.

APOIO DOS COLEGAS
Instaurado o processo por infidelidade, em meados de fevereiro, Gony foi pronta e publicamente defendido pelos colegas parlamentares Moésio Loiola e Osmar Baquit. “Como houve da minha parte concordância para que ele aceitasse o convite do governador, eu me considero impedido de participar de qualquer decisão”, anunciou o primeiro. “A roupa suja do meu partido eu vou lavar em casa. Respeito as decisões do partido, mas não concordo com todas elas”.

Já Baquit foi mais explícito e fez notar que a cúpula do partido, em passado não muito distante, procedeu de modo diferente. “O Bismarck foi convidado para o governo, aceitou e não foi punido. O Marcos foi convidado, comunicou ao senador Tasso Jereissati, aceitou e não foi punido. Por que punir o Gony? Não vejo cabimento nisso”.

PASSADO E PRESENTE
O atual presidente estadual do PSDB, deputado federal Raimundo Gomes de Matos, disse na semana passada ao O Estado que não pode proibir os correligionários de apoiar as matérias do governador Cid Gomes. “Nosso partido é de oposição, local que o eleitorado o colocou, mas eu não posso mandar na cabeça dos deputados tucanos”.

Por outro lado, ele afirma que essas matérias são relativas a obras iniciadas em governos tucanos e que precisam ser concluídas. “Não podemos fazer oposição por oposição, pois muitos desses projetos estruturantes foram elaborados pelo PSDB, como o São José, o Programa de Apoio às Reformas Sociais, a interligação de bacias e muitos outros”.

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