Fátima - Igreja recebe quase 40 mil fiéis neste domingo


Por Sara Oliveira
saraoliveira@oestadoce.com.br

Mais um dia 13 “de fé” na Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Durante todo o domingo, cerca de 40 mil fiéis estiveram no Santuário. Foram 11 celebrações, com a primeira realizada às 5 horas e a última, às 20 horas. Dentro e fora da igreja, devotos e comerciantes misturavam-se, cada um aproveitando o dia, fosse para orar ou lucrar. Mesmo com um público 30% maior, por ser domingo, o movimento do trânsito nos arredores da igreja foi considerado tranquilo.

As celebrações tiveram uma sensibilização especial em relação à Campanha da Fraternidade de 2011, que traz o tema “Fraternidade e a vida no planeta”. Ressaltando a temática, o bispo auxiliar de Fortaleza, Dom José Luís, iniciou as missas do dia lembrando que a população precisa trabalhar três R’s: reduzir, reutilizar e reciclar.

“Este alerta é pertinente ao dia de hoje. Há dois anos, executamos a coleta seletiva após as celebrações do dia 13, que diminuiu em 10 toneladas o lixo recolhido”, destacou o pároco do Santuário de Fátima, padre Francisco Ivan de Sousa. A fé em Nossa Senhora, segundo ele, pode influenciar a consciência em defesa do planeta. “Defender a Terra é defender a vida e a própria fé”, citou. Durante o dia de ontem, 19 padres revezavam-se entre confissões e celebrações, e mais de 138 pessoas ajudavam no andamento das missas.

FÉ ACIMA DE TUDO
Muitos pedidos e agradecimentos. As demonstrações de fé incluem roupas brancas, imagens de santa reverenciada, terços, flores e joelhos no chão. Pessoas sentadas ou em pé, não importa. O objetivo é estar presente, levantar as mãos e estar junto à “Mãe”. Sofia Loren de Holanda, 14, é uma das fiéis que não falta à missa no dia 13. “Se não puder vir a esta igreja, vou à outra. Hoje, o sentido e a força da mãe de Jesus está mais forte”, disse.

A aposentada Maria José da Silva, 67, quase perde a missa das 15h30. Para ela, celebrações aos domingos são “complicadas”. “Moro na Pacatuba e quando não é dia de semana [útil], as ruas ficam muito esquisitas. Hoje, dormi no ônibus e fui parar na Praça da Estação. Não tinha ninguém, fiquei com medo, mas consegui chegar”, contou. Mesmo diante das dificuldades, Maria José dispara: “Minha filha, nem o sol quente me faz faltar à missa”.

DIA 13: COMÉRCIO ATIVO
A estátua, que fica na praça em frente à igreja, tem em seus pés várias velas. O utensílio de fé podia ser comprado em uma das quase 40 barracas do lugar. Blusas, terços, imagens, chaveiros e outros objetos religiosos movimentam um comércio paralelo às celebrações. No pátio da igreja, 16 “cruzeiros”, vendedores que utilizam uma grade de madeira em forma de cruz para expor seus produtos, ofereciam milhares de terços, broches e chaveiros de todas as formas e com a imagem de vários santos.

Fernando Oliveira de Sousa é um cruzeiro. Ele mora em Canindé e vem sempre aos dias 13 para vender sua mercadoria. “Cheguei umas 5 horas e devo ficar até às 19 horas. Hoje, dia de domingo, com certeza tem mais gente”, avaliou. Quanto à fiscalização realizada por fiscais de serviços urbanos da SER IV, Fernando contou: “Eles mandam a gente mais pra fora e a gente vem mais para dentro. É o dia todo assim”.

O fiscal Anilton Martins de Carvalho ressalta que o ideal é que os cruzeiros fiquem na calçada. “Eles, muitas vezes, colocam a grade com os produtos nas costas e passam pelo meio da multidão, aí é complicado”, afirmou. Caso haja insistência na ultrapassagem da área para vendas, Anilton garante que pode haver apreensão dos produtos. Até roupas, sapatos e bolsas são comercializados nas ruas que circundam a igreja.

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