Dilema do PSDB: Casa de tucano, bico de ‘beija-flor’


Eduardo Knapp/Folha

Na sua ramificação política, a família dos tucanos distingue-se pela pose. Costuma jactar-se de ser mais ética do que a média da fauna. Será?

Acaba de vir à luz uma encrenca que corria sigilosamente no Judiciário desde 2006. No epicentro do processo, um grão-tucano: Barros Munhoz.

Deputado estadual, Munhoz preside a Assembléia Legislativa de São Paulo. Está na bica de ser reconduzido ao cargo.

O Ministério Público paulista acusa-o de participação num esquema que resultou em desvios de R$ 3,1 milhões.

Verbas das arcas de Itapira (SP). Munhoz foi prefeito da cidade três vezes. O último mandato encerrou em 2004.

O caso escalou as manchetes na sexta, com desdobramentos no sábado e neste domingo (13). As novidades chegam acompanhadas pelo silêncio.

Por ora, além de Barros Munhoz, que negou os malfeitos, o único tucano a se manifestar foi o amigo e aliado Geraldo Alckmin.

O governador foi aos microfones para socorrer Munhoz. Defendeu-o uma, duas vezes.

Quando há denúncias contra rivais, o tucano é capaz de virar carcará, aquele pássaro que pega, mata e come.

Quando o acusado mora ao lado, o tucano converte-se em beija-flor. Torna-se adepto da ética seletiva.

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