Deu no DIário do Nordeste

Ceará depende menos da terra do Tio Sam
A Castanha de Caju, seguida de calçados; lagosta e couros e peles são os quatro principais produtos que saem do Estado em direção ao mercado norte-americano

Participação dos EUA no total das vendas externas do Estado em 2000 era 49,7%. Em 2010, passou a 29,61%
Embora o volume exportado pelo Ceará para os Estados Unidos tenha crescido em quase 60% (57,6%) nos últimos dez anos, colocando este país como destino número um para os produtos cearenses lá fora, no mesmo período, o Tio Sam, na verdade, vem perdendo participação no total das vendas externas do Estado. Em 2000, correspondia a 49,7%, passando para 29,61% no ano passado.

"Esses resultados refletem uma tendência de diversificação da pauta das exportações cearenses e, sobretudo de mercado, verificada a partir dos anos noventa, continuado nos anos seguintes", explica a economista Eloísa Bezerra, mestre em Negócios Internacionais.

Porém, segundo ela, há espaço para ampliar essa relação. "Se as negociações entre os Estados Unidos e Brasil forem incrementadas com a visita de Obama, há possibilidades do Ceará participar mais desse comércio", avalia Bezerra.

Já no que tange às importações, de 2001 até 2010, o volume comprado pelo Ceará dos norte-americanos quase que triplicou, saindo de US$ 75,13 milhões para US$ 219,59 milhões. Somando exportações e importações, a corrente de comércio entre o Estado e os Estados Unidos totalizou, no ano passado, US$ 595,50 milhões, cifra quase 90% acima da soma obtida no início dos anos 2000 - US$ 313,58 milhões.

Itens comercializados

Liderando o ranking das vendas para o mercado norte-americano aparece a castanha de caju, com 28,9%; seguida de lagostas (15%), couros e peles (10,9%), calçados (de couro e de borracha), com 14,6%; e sucos de frutas (5,3%).

"A exceção da castanha de caju, cujas as exportações, em 2010, acusaram um valor de US$ 108,76 milhões, volume muito próximo do valor das exportações em 2000, US$ 108,33 milhões, as vendas de calçados (US$ 40,50 milhões/2000 e US$ 82,75 milhões/2010) e couros e peles (US$ 29,63 milhões/2000 e US$ 48,79 milhões/2010) quase que dobraram de valor", avalia a economista. Em contra-partida, o Ceará compra dos EUA os seguintes produtos: betume de petróleo (25% das importações de 2010); trigo (20%); aeronaves e aparelhos espaciais (5,6%), têxtil (4%) e coque de petróleo não calcinado (4,4%), destacando os primeiros da pauta.

Dessa relação comercial, o Ceará mantém um saldo positivo em relação aos Estados Unidos, ou seja, vende mais produtos do que compra. Em 2000, o saldo foi de 187,05 milhões e em 2010, o valor foi de US$ 156,47 milhões. (ADJ)

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