Danilo Forte - Bancada deve recolocar o NE no cenário nacional

O deputado federal Danilo Forte (PMDB), na entrevista que segue, falou a respeito dos principais temas que deverão pautar a Câmara dos Deputados e que são de interesse da população, como os recursos para financiar a saúde pública e as reformas necessárias para a modernização do País, entre as quais a política e a tributária. Para o peemedebista, a legislação eleitoral está caduca e não expressa mais a vontade popular. Danilo Forte ressaltou ainda a importância da bancada nordestina para a discussão de temais essenciais a essa região do País. Confira os principais trechos da entrevista.

[O Estado] Quais serão as bandeiras de seu mandato?
[Danilo Forte] A prioridade do meu mandato passa necessariamente pelas questões estruturantes do meu Estado. No Ceará, 50% da população vive ainda abaixo da linha da pobreza. É um Estado que precisa de obras estruturantes para garantir sua sustentabilidade. Nós temos três projetos antigos que vão mudar a realidade do Estado, que é a implantação da Refinaria Premium II, a construção da Usina Siderúrgica do Porto do Pecém e também a exploração da mina de urânio, fosfato e calcário de Itataia. Esses três empreendimentos triplicarão nosso PIB, nossa economia, e nós teremos condições de sair da pobreza para o desenvolvimento do Ceará. Tenho uma participação importante na Comissão de Seguridade Social e Família. É um grande debate nacional como a saúde pública precisa melhorar. É uma questão que vai do Acre ao Rio Grande do Sul. Eu passei os últimos cinco anos e seis meses na direção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e pude observar o caos na saúde em algumas regiões, principalmente nas mais pobres. E recebi a incumbência do líder do meu partido [Henrique Eduardo Alves - RN], de relatar a Medida Provisória 520, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que vai dar suporte, vai regulamentar a situação de 26 mil servidores que trabalham em hospitais públicos universitários, contratados das formas mais precárias possíveis.

[O.E.] Quais suas principais sugestões para a reforma política?
[D.F.] Fui indicado pelo meu partido para participar da comissão especial de reforma política. A legislação eleitoral já caducou, é do tempo do regime militar. Remendos que são feitos e não expressam a vontade da população. Hoje, temo o debate sobre essa questão dos suplentes, se quem assume é do partido ou da coligação. Temos a questão do financiamento público, da unicidade dos mandatos, da fidelidade partidária.

[O.E.] Qual a expectativa para sua participação na bancada do Nordeste?
[D.F.] Acho que a bancada do Nordeste é muito importante em relação à questão da recolocação do Nordeste dentro do cenário nacional. O governo do presidente Lula foi um governo muito bom para o Nordeste. Mas o governo da presidente Dilma é um governo que já inicia preocupado com o ajuste fiscal. E ajuste fiscal sempre foi inimigo de investimento. Eu não estou aqui querendo dizer que serão cortados os investimentos do Nordeste. Mas eu vejo com muita preocupação, porque é a região que mais necessita de investimentos para buscar uma equidade em relação ao desenvolvimento do Centro-Sul. Cinquenta e quatro por cento do meio circulante do país está na região Sul. Nós precisamos dividir essa geração de riquezas. E a divisão passa necessariamente pelos investimentos públicos, que é o indutor do desenvolvimento. Nós não podemos esperar que o mercado, o sistema financeiro seja indutor, porque a visão imediata do capital é o retorno do lucro, e o lucro só se dá onde já tem o meio circulante. É necessário aí o papel político do Estado. A bancada do Nordeste tem que ter uma preocupação muito grande com seus instrumentos de fomento. A Sudene, o Fórum de Governadores, o Banco do Nordeste são pontos importantes do debate político e nós precisamos instrumentalizá-los para que a gente possa transformá-los em vitórias do ponto de vista da igualdade econômica e social em relação aos demais estados do País. (Com informações do Política Real)

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