"O PMDB tem que ter calma", diz Guimarães

Por Tarcísio Colares

Segundo o deputado federal reeleito José Guimarães (PT), o PMDB do vice-presidente eleito Michel Temer “tem que ter calma” no trato com seu parceiro de vitória presidencial. Para o petista, a formação de um “blocão” desprovido de petistas na Câmara Federal “foi um tiro no pé que o PMDB deu”.

Em entrevista ao jornal O Estado, Guimarães comenta ainda as expectativas do PT quanto à montagem do futuro secretariado do governador Cid Gomes (“Ele sabe muito bem quem esteve do seu lado no primeiro mandato”), defende a manutenção da coligação PT, PSB e PMDB no Ceará para as eleições de 2012 e 2014 e a permanência de Roberto Smith no comando do Banco do Nordeste.
O Estado – O senhor defende a manutenção de Roberto Smith na presidência do Banco do Nordeste?
José Guimarães – Uso sempre a máxima de que time que ganha não se mexe. O Roberto, junto com seus auxiliares, saneou o banco, conseguiu fazer o seu crescimento e, se depender de mim, vai continuar no cargo. Roberto mudou a fisionomia do banco, fez o Nordeste crescer e mudou a política de crédito da entidade.
OE – O que o senhor espera de cargos para a sua pessoa no segundo mandato do governador Cid Gomes?
JG – Os cargos que vierem do segundo mandato de Cid Gomes serão para o PT e não para a minha pessoa. Ainda não discuti esse assunto dentro do partido. A divisão do bolo administrativo é feita pelo governador e acho que ele sabe muito bem quem esteve todo o tempo do seu lado no primeiro mandato. O que nós vamos fazer é trabalhar em parceria (PT e governo) para o Ceará crescer mais ainda.

OE – Como vai ser esse trabalho?
JG – Nós vamos ajudar o governo que sabe o que deve fazer para o Estado avançar. O Ceará cresceu muito nas mãos de Cid Gomes, mas ainda falta muita coisa para dizer que está bom.

OE – O senhor está encarregado pelo partido de melhorar os ânimos na disputa pela presidência da Câmara de Fortaleza, polarizada em dois petistas: o atual presidente, Salmito Filho, e Acrísio Sena, apoiado pela prefeita Luizianne Lins. Existe algum progresso?
JG – Acredito que o acirramento entre os disputantes está mais calmo. Estou torcendo pelo entendimento, mas quem vai resolver mesmo a questão são os vereadores. Não estou interferindo em nada, porque a decisão é da bancada do PT.

OE – Qual a posição do senhor na sucessão de Michel Temer (PMDB) na presidência da Câmara Federal?
JG – Nessa disputa estou mesmo envolvido, porque ela me diz respeito. A Câmara é a minha casa e vou lutar para que ela tenha um bom comandante. Aposto que o PT fará um acordo com o PMDB e a presidência no primeiro biênio deve caber ao nosso partido. Não só defendo o PT como o novo comandante da Câmara como aponto o petista Cândido Vacarezza para ser o titular.
OE – Como o senhor analisa a formação do blocão de mais de 200 deputados comandado pelo PMDB?
JG – Esse blocão foi um tiro no pé que o PMDB deu. Não foi uma invenção sadia numa época de plena democracia e pegou muito mal, porque soa a pressão sobre a presidente Dilma. Foi como o presidente Lula disse: não se deve mudar o leito de um rio. O PMDB tem que ter calma, porque acima de tudo está o Brasil, e não o partido.

OE – Acabou a coligação PT, PSB e PMDB no Ceará?
JG – Pelo que sei, ela está valendo agora e para o futuro. Se depender do PT, a aliança vai para 2012 e 2014. Vai ser mantida na composição do segundo mandato de Cid Gomes, porque é o que tenho ouvido do governador.

Penso eu - Este país é engraçado. Logo quem, o Zé Guimarães, aquele dos dólares na cueca dando aula d ética política ao PMDB.

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