Petista continua associando José Serra a privatizações

Por Rodolfo Oliveira
Da Redação do O Estado

O deputado federal reeleito José Guimarães (PT-CE), falando à reportagem do jornal O Estado, disse que, caso o candidato tucano à Presidência da República José Serra vença as eleições do próximo domingo, “terminará de vender o resto do patrimônio público nacional”. Para o parlamentar, o ex-governador de São Paulo, caso eleito, venderá a Petrobrás, “uma das maiores estatais do mundo na área do petróleo”. Guimarães disse ainda que, durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-20025), o Ceará também privatizou algumas estatais, como a empresa de telefonia fixa, o Banco do Estado do Ceará (BEC) e a Coelce [Companhia Energética do Ceará], entre outras. Segundo ele, “tudo abaixo do preço do mercado”.

O BEC foi privatizado em dezembro de 2005, já durante a primeira gestão do presidente Lula. Na ocasião, o deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que o Governo Federal foi o responsável pela privatização do BEC. “O BEC é hoje federalizado e quem não quer deixar a privatização de lado é o presidente Lula”, disse o tucano. A campanha do candidato tucano, no entanto, diz que, de 2003 até agora, o governo federal entregou a exploração do petróleo brasileiro para 108 empresas, das quais 53 são estrangeiras e de várias nacionalidades. O ex-presidente FHC avaliou como “eleitoreira” a alegação do PT de que o governo tucano pretendia privatizar a estatal. “Só pode ser eleitoral, não tem base nenhuma e nunca esteve em cogitação a privatização da Petrobras”, disse FHC sobre o caso.

Fernando Henrique ressaltou ainda que em sua gestão a exploração do petróleo no País aumentou muito mais que no governo do presidente Lula. “Nós transformamos a Petrobrás no que ela é hoje, nós mantivemos a Petrobrás, que é uma grande companhia.”, disse o FHC. Serra, por sua vez, vem reiterando que, caso seja eleito, não privatizará a empresa, e classificou a intenção de privatizá-la como “boataria do PT”.

Vale do rio doce
O deputado José Guimarães foi o relator do projeto que requeria a realização do plebiscito acerca da retomada do controle acionário da Companhia Vale do Rio Doce pelo governo, da Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara, quando fez uma defesa da privatização da empresa, que teve parte do controle concedido à iniciativa privada em 1997, durante o governo FHC. A proposta do plebiscito partiu do deputado Ivan Valente (Psol-SP), através de um decreto legislativo, no qual propunha realizar uma consulta aos brasileiros sobre a reestatização da Vale.

Na apresentação de seu relatório, de 2007, o deputado disse que a privatização levou a empresa a efetuar investimentos numa escala nunca antes atingida, refletindo-se o resultado em uma elevação da competitividade da Vale no cenário internacional.

Guimarães analisou que, após a privatização, e em consequência do substancial aumento dos preços do minério de ferro, a Vale fez seu lucro anual subir de cerca de US$ 500 milhões, em 1996, para aproximadamente US$ 12 bilhões em 2006, o que rendeu, somente em 2005, o pagamento de 2 bilhões de reais em impostos ao Brasil.

“A rigor, a União desfez-se do controle da empresa, em favor de uma estrutura de governança mais ágil e moderna, adaptando a empresa à forte concorrência internacional, mantendo expressiva participação tanto nos ganhos econômicos da empresa, como na sua própria administração”, analisou. (colaboração de Tarcísio Colares).

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