Um comentário para refletir

Este blogue recebeu e.mail assinado por marina.MGA, que vem a ser MGA COmunicações Empresariais & Eventos, com artigo assinado pelo queridíssimo e competente Djalma Pinto. Leia, por favor.

Tiririca e o poder político

* Djalma Pinto

Historicamente, no Brasil, a propaganda eleitoral não é pautada na seriedade.

O candidato promete o que não vai cumprir.Campanha eleitoral não pode ser transformada em palco de disputa para saber quem engana melhor o eleitor e estimular uma reação ao abuso do direito no exercício da propaganda.

"O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei, mas vote em mim que eu te conto." Com essa provocação, o humorista Tiririca será um representante do povo para legislar e fiscalizar os atos do Executivo. A adesão dos eleitores comprova que a maioria não sabe qual a finalidade do mandato porque muitos, após eleitos, passaram a impressão de que o poder é fonte inesgotável de lucro.

A motivação de Tiririca em conquistar o mandato pela via do deboche atesta uma falha recorrente na educação até aqui ministrada no Brasil. Não há preocupação em preparar o homem para o exercício do poder, daí os sucessivos vexames de pessoas, cultas e incultas, ao exercerem os mais diversos cargos. Praticam ações, não em benefício da coletividade, mas visando à maximização do próprio patrimônio, sem devolução do dinheiro desviado.

Nem a escola nem a universidade ensinam que o mandato conquistado através do voto e a investidura em qualquer função pública destinam-se a que o cidadão, na condição de autoridade, faça o melhor de si em benefício do interesse coletivo, nunca para favorecer o próprio bolso. Essa omissão faz com que alguns, com estudos em grandes centros acadêmicos, atuem no exercício do poder com desvio de finalidade. Não oferecem, assim, boas lições à sociedade.

Nesse ambiente de distorções graves, em que os cargos são usados para favorecimento dos agentes públicos, sem reação eficaz, Tiririca encontrou espaço para mostrar com risos de melancolia que a sociedade não sabe o que é espírito público nem qual a finalidade do mandato. Um parlamento em que eleitores trocam voto por gargalhada ou por dinheiro vivo termina sem aplauso. A democracia pode até precisar de circo, mas quando o palhaço se converte em líder é porque os políticos estão transformando a República em piada de mau gosto.

* Djalma Pinto é advogado, com atuação em direito eleitoral e ex-procurador geral do Estado do Ceará e autor do livro Marketing, política e sociedade, pela Cia. dos Livros Editora.

Penso eu - Por isso, o título desta postagem é Um comentário para refletir. Reflito, logo existo. Nosso Djalma foi na veia do pepino. Tiririca encontrou no deboche um buraco pra dizer de seu e assim chamar o eleitor para sua própria instigante pergunta: O que é faz faz um deputado. Até gente letrada não sabe, daí que o filão é aurífero. O deboche é uma representação mambembe da cultura brasileira e o Tiririca é seu líder,neste momento da vida nacional. Nem sei se no final, iremos, ou não, aplaudir o Palhaço que recebe o voto em troca da gargalhada, mas que ainda é melhor do que o canalha que recebe dinheiro pelo voto, vamos e venhamos...o Djalma há de entender. Longe deste humilde blogueiro dar lições de ética ou moral política, até porque tem horas em que o deboche é uma arma quente, tão quanto a felicidade cantada pelo nosso Belchior. O Tiririca é a cara do milhão de povo que poderá votar nele, então...perdoe meu caro Djalma Pinto, mas debochar é preciso e do povo,como a praça e o ar...aí ce sabe o resto.

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