Tiririca faz carreata mudo em SP, mas espera por 300 mil votos

O que se esperar de uma carreata com o humorista e candidato a deputado federal Tiririca? Piadas? Discurso? Nada disso aconteceu no evento político realizado na tarde desta sexta-feira (3) no Grajaú, bairro periférico do extremo sul de São Paulo. Durante os pouco mais de trinta minutos que levou para percorrer a avenida Belmira Marin, que concentra o comércio popular do bairro, o candidato palhaço não se utilizou do sistema de som instalado na camionete Silverado que o transportava nem mesmo para pronunciar seu já tradicional slogan de campanha: "Vote Tiririca, pior que está não fica!".

Segundo a assessoria do candidato, a ideia é focar os eventos de campanha nos bairros de periferia, que tendem a se identificar com o humorista, e nos jovens de classe média que podem usar o voto em Tiririca como forma de protesto. A expectativa da campanha é chegar a 300 mil votos.

Do alto da caçamba, o humorista, que vestia calça verde e camiseta vermelha com detalhes em azul, acenou para trabalhadores e moradores da região que passavam pelo local e eram logo interpelados por membros da campanha, recebendo bandeiras plásticas e folhetos do humorista da Rede Record. Na única vez que desceu do veículo, o "abestado" cumprimentou lojistas e, sorridente, posou para as fotos.

"Acho bacana (a campanha). Se ele está aqui é porque ele se interessa pelo povo", opina a vendedora Franciele Guimarães, que não perdeu a chance de tirar uma foto com o humorista. Na mesma direção segue Dayane Rezende, 22 anos, que trabalha junto a Franciele e é moradora do Grajaú: "Ele mostrou que não está brincando. Pelo livrinho, parece que ele vai fazer alguma coisa".

Mais cético com a possível atuação de Tiririca na Câmara, o comerciante Wagner Nascimento, 42 anos, crê que a candidatura tem um certo tom oportunista. "Tem que ser uma pessoa inteligente, né? Muitos que sabem das coisas não estão fazendo nada, imagina um cara que não sabe nada. Mas cada um é cada um", sentencia.

Já o proprietário de uma revendedora de automóveis Marcelo Sousa, 31 anos, usa o próprio slogan do humorista para criticá-lo. "Pior que está não fica, né? Mas será que um cara desse tem instrução suficiente para trabalhar como deputado federal? Nem sei se ele tem chances, mas o povo votou no Clodovil... Particularmente não voto nele".

Em um dos bairros paulistanos mais carentes, as visitas de políticos eleitos ou em busca de eleitores também são raras, como relata a vendedora Nádia Lacerda, 18 anos. "Acho que passou Mercadante... não me recordo muito bem. Mas quem mais deu atenção foi ele", conta.

Fonte: Terra

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