RECEITA MINEIRA

Analista de Minas filiado ao PT diz que acessou os dados de Eduardo Jorge na Receita à procura de um homônimo

FORMIGA - O analista tributário da Receita Federal Gilberto Souza Amarante, filado ao PT, explicou nesta segunda-feira, em Formiga (MG), que acessou os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, à procura de um homônimo. Ele explicou que em abril de 2009, uma pessoa que ele não se lembra quem é, pois faz isso todo o dia, pediu a consulta desse nome. Nesse dia, o analista teria feito dez acessos em menos de um minuto às informações do tucano a partir da delegacia da Receita em Formiga (MG).


O que é factível, é que houve um homônimo e esse acesso durou apenas 41 segundos
- O acesso foi feito durante o horário de expediente, no atendimento. Há vários casos de homônimos com esse nome Eduardo Jorge. A nossa base (cadastral) é nacional. Então, o que é factível, é que houve um homônimo e esse acesso durou apenas 41 segundos, conforme o relatório da Receita.

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Amarante negou que tenha feito dez acessos aos dados do vice-presidente do PSDB.

- O sistema, quando está pesquisando o nome, registra cada mudança de página como um acesso. Foi um acesso à base cadastral e não à base fiscal - ressaltou.

Segundo Amarante, na base cadastral só há informações como o nome completo da pessoa, a data de nascimento, o sexo, a filiação, o endereço e o CPF.

Em relação à filiação do PT, ele disse:

- É bom que fique claro que a filiação partidária não é militância partidária. Nunca tive nenhum tipo de militância política. Assim que cheguei na cidade de Arcos (a 30 quilômetros de Formiga onde trabalha), me chamaram para participar de uma reunião e me pediram para me filiar. Entrei no PT por educação.

Sobre a declaração do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, sobre a possível expulsão no PT, Amarante foi direto:

Estou altamente constrangido e indignado com a forma como as notícias estão sendo vinculadas
- A filiação para mim não tem efeito. Não sou ligado à política. Não faço contribuição.

O analista tributário negou ainda que conheça qualquer membro da executiva do PT Nacional, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, o jornalista Amaury Ribeiro Jr, e o contador Antonio Carlos Atella Ferreira, que usou uma procuração falsa em nome de Verônica Serra. Amarante disse ainda estar constrangido com o episódio:

- Estou altamente constrangido e indignado com a forma como as notícias estão sendo vinculadas. Afinal de contas, eu também sou cidadão. Tenho direitos. Sou servidor de carreira do Estado há 17 anos, fazendo esse tipo de serviço. A minha função é acessar dados. Há 17 anos, faço isso, várias vezes por dia.

Após a entrevista, o delegado sindical da SindReceita, André Luiz Fernandes, reforçou o argumento de amarantes lembrando que não dá para saber quem foi a pessoa que pediu os dados, porque a Receita Federal não retém os documentos.

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