A presidente regional do PT, prefeita Luizianne Lins, reuniu-se ontem à noite para um jantar com o presidente interino do PMDB, Gaudêncio Lucena, e os candidatos ao Senado, José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), para discutir os rumos da estratégia eleitoral. Mais cedo, Lins recebeu Eunício em sua casa, para um café da manhã, durante o qual foram discutidos os próximos passos na campanha da coligação.
Ambos os encontros visaram diluir as possíveis nuvens negras que estariam rondando a parceria entre os dois candidatos ao Senado, de modo a manter a unidade entre a dupla. Na quarta-feira, o PT lançou o movimento intitulado “setembro vermelho”, com o qual o partido enveredou rumo à individualização da campanha em prol de Pimentel, isolando o candidato peemedebista. Em retaliação, correligionários ligados a Eunício contra-atacaram com a “onda verde”.
Eunício, falando ao portal Ceará Agora, classificou a conversa que teve pela manhã com a petista como “afável”. Segundo o candidato, houve “uma conversa muito boa, uma conversa positiva e uma conversa que ficou dentro da estratégia de campanha de como devemos proceder até o dia 3. [A intenção] É continuar trabalhando juntos, do jeito que começamos, numa estratégia de sairmos vitoriosos, tanto eu, quanto o outro candidato que disputa o Senado na minha chapa, que é o deputado José Pimentel”, falou diplomaticamente.
Sobre o fato de ver o seu nome associado ao do senador candidato à reeleição Tasso Jereissati (PSDB) – principalmente no interior cearense, onde emerge um movimento em prol de ambos, Eunício declarou que “todo apoio é bem-vindo e eu recebo com muita alegria. Eu estou cumprindo o meu papel de forma livre, tranquila, recebendo apoio. Os outros candidatos estão recebendo apoio dentro do meu partido, fora do partido deles, porque isso é um processo natural. Na democracia, o voto não pode ser nunca uma imposição, é sempre uma conquista.”
PT nega reavaliação
Membros da cúpula nacional do PT teriam avaliado, nesta semana, em reunião, o desempenho do partido na disputa pelo Senado em todo País. Durante o encontro, os petistas concluíram que não vão eleger a bancada forte como projetava o presidente Lula. Inicialmente, um dos candidatos propenso a fracassar nas urnas, de acordo com a avaliação dos dirigentes, seria o deputado José Pimentel (PT), candidato ao Senado. Entretanto, conforme apurou a reportagem, membros do diretório nacional no Ceará negam ter havido tal reunião.
Na avaliação feita pela direção, o principal fator que estaria ameaçando a atual estratégia de José Pimentel é a falta de entusiasmo do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, em prol da causa petista. Isso porque alguns membros do partido acreditam que “Pimentel padece por não ter a simpatia de Cid Gomes”.
Todavia, o risco iminente não é restrito somente ao Ceará, uma vez que outros dois candidatos apontados como favoritos também veem suas candidaturas afundarem. No Sul, Paulo Paim está sendo surpreendido pela adversária Ana Amélia Lemos (PP) e, em Minas Gerais, Fernando Pimentel não consegue superar a força do ex-presidente Itamar Franco (PPS).
Sem conhecimento
Reudson de Sousa, representante do Ceará no diretório nacional do PT, disse em entrevista ao jornal O Estado que não tem nenhum conhecimento sobre tal reunião. Reudson afirmou ainda que a candidatura de Pimentel é prioridade do PT cearense, e, até mesmo, a nível nacional. Segundo Sousa, o empenho é para eleger Pimentel o “futuro senador do Ceará”. Para ele, tal fato (a reunião) não passa de especulação de alguns setores da mídia.
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