Opinião

Ronda do Quarteirão
Grecianny Cordeiro

Quando lançado o projeto Ronda do Quarteirão, eram poucos os que acreditavam nessa ideia inovadora, nessa nova forma de policiamento comunitário, com a polícia mais próxima da comunidade, a denominada polícia cidadã.

A ideia era realmente muito boa. A princípio, passada a fase inicial de resistência, a população voltou a ver a polícia em diversos pontos da cidade de uma forma mais frequente, se deparando com policiais treinados para proporcionar ao cidadão um tratamento mais humanizado.

Entretanto, o projeto Ronda do Quarteirão talvez esteja a merecer uma maior atenção por parte das autoridades competentes, de seus idealizadores e executores, pois são muitos os policiais que se desvirtuaram por completo da real finalidade dessa forma de policiamento comunitário.

Em municípios menores como Pacatuba, por exemplo, o ronda do quarteirão está sendo tão temido quanto os policiais de companhias mais ostensivas, como os de operações táticas, de caráter mais repressivo que preventivo.

Inúmeras denúncias de policiais do ronda do quarteirão passaram a ser constantes: invasões de residências; agressões físicas a pessoas de forma covarde; violações a direitos individuais; diversas formas de abuso de autoridade, enfim.

É preciso cuidar, do contrário, o ronda do quarteirão se tornará o que a Polícia Militar de um modo geral passou a representar para o cidadão: sinônimo de insegurança.

Cadê o policiamento comunitário? Cadê o policiamento preventivo? Cadê aquela propaganda com o policial bem parecido e educado batendo na porta do cidadão, trocando sorrisos e assegurando que tudo estava tranquilo?
O cidadão não quer polícia andando em Hilux com farda bonita, mas sim o ronda do quarteirão tal como prometido.

Grecianny Carvalho é Promotora de Justiça e Escritora.

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