Cid não teme efeito negativo na campanha



Para governador, denúncias não interferirão no desempenho eleitoral

O governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, disse ontem, durante visita ao Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim, que a reportagem publicada na edição da revista Veja desta semana, na qual os irmãos Ferreira Gomes são acusados de participar de um suposto esquema de desvios de recursos públicos de prefeituras do interior cearense, não trará efeitos negativos nesta reta final de sua campanha. Isso porque a população, segundo ele, está mais bem informada sobre os fatores eleitorais envolvidos em uma acusação deste nível.

“Acho que as pessoas têm a extrema noção dos fatos. Primeiro, porque as pessoas já estão vacinadas contra denúncias feitas às vésperas da eleição, elas sabem que não se tratam de coisa séria”. Sobre a reportagem em si, Cid disse que “Não é uma coisa bem intencionada, algo que realmente se queira investigar. Neste caso específico, foi uma denúncia feita por uma revista que tem notória má vontade aqui com a gente [políticos cearenses]”, disse o governador.

APREENSÃO
Cid disse ter convicção na justiça, ressaltando, sem citar nomes, que a apreensão feita, na última terça-feira, no comitê central do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), candidato ao Governo do Estado, é uma demonstração clara de que estão “querendo lançar mão de tal fato para fins eleitorais”.

O governador ainda comentou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), que suspendeu a programa eleitoral do republicano, o que, de acordo com ele, vem a confirmar a tese de que querem se aproveitar de calúnias eleitorais.

Instigado sobre as fotografias divulgadas pela mesma revista, onde Cid aparece ao lado do empresário Raimundo Morais Filho durante um comício em Madalena, em 2006 – Filho chegou a ser preso por organizar o suposto esquema de corrupção –, o governador explicou da seguinte forma: “se você tira uma foto minha neste evento, isso quer dizer que conheço todas as pessoas que estão aqui? Sou um homem público. Fui a Madalena duas ou três vezes. E duas vezes esta pessoa foi lá para o palanque. Não tava perto de mim”, falou.

SUBMUNDO
Demonstrando indignação com a circunstância dos fatos, Cid ressaltou que a publicação o deixou em uma situação “ridícula”, pois o colocou no “submundo”, e reforçou a ideia de que está na vida pública por vocação.

“Não sou madre Teresa de Calcutá. Queria até ter vocação para São Francisco para ser absolutamente depreendido, mas tenho família para criar. A minha preocupação material é ter uma aposentadoria, para isso, pago mensalmente uma previdência que, ao final, me dará uma aposentadoria de 12 mil reais. Estou satisfeito com isso”, destacou o socialista.

ENCONTRO
O governador participou de um encontro com representantes de entidades não governamentais (ONGs) e governamentais para discutir sua proposta, caso reeleito, no enfrentamento do consumo de droga no Estado. Desta vez, Cid não estava acompanhado dos candidatos ao Senado. Uma das principais reivindicações dos representantes das entidades é uma ação conjunta com o Governo do Estado para ajudar no processo de prevenção as drogas, cujo uso tem aumentado no Ceará. O governador também recebeu dos representantes indígenas, presentes ao encontro, a cobrança para que, caso eleito, invista mais em políticas públicas para o povo indígenas.

Cid prometeu investir recursos contra o avanço das drogas, sem especificar o quanto, mostrando-se apenas “disposto a criar uma ação que contemple a prevenção”. O governador disse ainda que lhe causa dor ouvir e ver o sofrimento das mães ao lhe relatar os problemas de dependência química de seus filhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário