"Anjos" trabalham pela sustentabilidade ambiental

A conscientização da preservação do bioma, a conservação da fauna e flora locais, sua contínua devastação, o sério risco de desertificação colocam o Bioma Caatinga como centro de estudos, debates e projetos que envolvem governos, entidades nacionais e internacionais, como Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), Banco Mundial (BIRD), Conselho de Política e Meio Ambiente (CONPAM), projeto Mata Branca e Anjos Ambientais, cujos objetivos comuns na região dos Inhamuns são o desenvolvimento sustentável das áreas com maior risco de desertificação e devastação, com a participação das comunidades sociais e os proprietários de terra. O projeto distingue-se dos demais por envolver principalmente crianças, visando transformá-las em agentes modificadores, levando para dentro de suas casas conhecimentos ambientais.

Em São Gonçalo, um pequeno distrito localizado em Catarina, na Região dos Inhamuns, guiados pelas ideias pró-bioma caatinga do empresário Francisco José Vieira Gomes, que trava meritória luta em prol de uma política ambiental, além de um projeto eficaz e permanente de educação ambiental como fator de desenvolvimento sócio cultural, viabilizou a ação conjunta destes gigantes na luta pela conservação e preservação da Caatinga. A Associação dos Socorristas e Salva Vidas do Município de Catarina que, comprometida com a conscientização e sustentabilidade ambiental, firmou parceria com os Anjos Ambientais, visando capacitar jovens, ministrando aulas sobre o meio ambiente, limpeza pública, arborização, queimadas, desmatamentos e a utilização de agrotóxicos ambientais, transformando-os em futuros anjos ambientais.

Anjos do futuro
Os 23 futuros anjos ambientais residentes no distrito de São Gonçalo, que participam do curso de formação de multiplicadores da conscientização ambiental, ao final do curso serão selecionados e irão dar aulas em estabelecimentos educacionais onde, estimulados com o pagamento de uma pequena bolsa pelos seus desempenhos. A professora Sara Lima de Olinda Carvalho, destacou que o curso é de fundamental importância: “Estamos sofrendo um imenso processo de desertificação no município, principalmente no distrito de São Gonçalo, onde resido há mais de 30 anos e, desde este tempo, a desertificação vem ocorrendo de maneira vertiginosa. Após este curso, passaremos a ter conhecimento para melhor realizarmos uma ação consciente de uma política pública do meio ambiente. Uma de nossas primeiras ações será a de pegar algumas mudas de aroeira, angico, jurema, abacateiro, mangabeira e plantarmos nas áreas degradadas e desertificadas. Para sermos intitulados de anjos ambientais estamos trabalhando a cultura das pessoas, como por exemplo, na coleta seletiva do lixo, que estava sendo jogado em todos os locais.” – depõe a professora.

O educador ambiental Reginaldo Ramos enfatiza que: “Antes não havia quem nos orientassem sobre estes cuidados de termos uma natureza mais saudável, tanto que após este curso iremos em janeiro do próximo ano fazer a distribuição de 600 mudas de árvores frutíferas na comunidade.” O articulador do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns, entidade parceira do projeto Jorge Moura, acrescentou ser de fundamental importância o envolvimento da juventude e da própria sociedade, visto que isto tem mudado a percepção da juventude e do próprio homem do campo, cuja conscientização tem evitado a promoção de queimadas e a devastação tão grosseiramente do meio ambiente como vinha acontecendo em toda a região dos Inhamuns. “Este avanço tem sido atribuído ao pacto ambiental que, sistematicamente, provoca esta integração com a sociedade e os poderes públicos, alertando-os sobre a necessidade de um maior desenvolvimento de uma política de conscientização ambientalista.” – argumenta ele.

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