Fotografia é história - A escola rural



Aula em uma escolinha rural perto de Santarém, a segunda maior cidade do Pará, às márgens do Rio Tapajós.
Como foi – Não é somente a cobertura de um grande evento que dá satisfação a um jornalista. Apesar de não ter visto o jogo, lembro-me dele muito bem. 21 de junho de 1986, um sábado. O timaço de Telê Santana era desclassificado pela França no Mundial da FIFA no México. Nossa equipe era excelente, tinha Zico, Éder, Falcão, Branco, Júnior... Mas fomos eliminados porque Sócrates e Júlio César não converteram os pênaltis que chutaram. Recorda? Apaixonado por futebol e fotógrafo acostumado a cobrir jogos da Seleção, eu estava longe do Estádio Jalisco, em Guadalajara. Muito longe. Me encontrava nas estradas de barro perto de Santarém, às márgens do Rio Tapajós, destacado por Veja para uma matéria sobre educação no Brasil, juntamente com a repórter Miriam Guaraciaba. Soube do resultado do jogo pelo rádio de um caminhoneiro com as quatro rodas da carreta atoladas. Fiquei chateado coma derrota mas, sinceramente, feliz com a reportagem que fui fazer. Tanto quanto uma Copa do Mundo, a Amazônia possibilita um volume fanástico de imagens. Como essa aí, da professorinha e do menino concentrados na aula de alfabetização. Ambos de sandálias rotas, na escolinha de piso de cimento vermelhão xadrez e paredes de tábuas. É aquela foto que a gente tem a maior satisfação em fazer.
Orlando Brito.

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