Deputados rebatem Pimentel

Tucanos dizem que PT quer jogar culpa pelo fracasso do PAC no colo do Governo do Estado


Por Fabiana Maranhão
Da Redação

As declarações do deputado federal José Pimentel (PT) publicadas no Jornal O Estado de ontem movimentaram o debate entre os parlamentares na Assembleia Legislativa. Na reportagem, Pimentel afirma que o Ceará tem a segunda pior execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Brasil e deverá devolver cerca de R$ 1,7 bi do programa “Minha Casa, Minha Vida”. A manchete foi destacada pelo deputado Osmar Baquit (PSDB), que ressaltou ainda a declaração do líder do Governo, Nelson Martins (PT), de que o Ceará pode perder o estaleiro da Promar por decisão da Prefeitura de Fortaleza.
Baquit questionou a intenção de Pimentel ao jogar a responsabilidade pelo fracasso do PAC no Governo do Estado.

“Cid tem sido uma das gestões mais empreendedoras que o Ceará já teve”, disse, ressaltando a luta que o governo tem feito para trazer o estaleiro e os esforços contrários da prefeita Luizianne Lins (PT). “O Estado do Ceará está deixando de receber investimentos que irão para Pernambuco ou Alagoas”, lamentou. O deputado Tomaz Holanda (PMN) justificou que, embora seja favorável ao projeto do estaleiro, a população de Fortaleza não concordaria com a obra e, por isso, a prefeita Luizianne Lins não daria o aval, “por ser sensível à vontade do povo”.

Jogo político
Para o deputado Perboyre Diógenes (PSL), Pimentel fez essas declarações “devido ao clima de indefinição política em que está envolvido e isto, com certeza, tem o deixado nervoso”, aludindo às duas vagas do Senado que serão apoiadas pelo governador Cid Gomes (PSB), sendo uma para o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) e outra para a reeleição do senador Tasso Jereissati (PSDB). João Jaime (PSDB) disse que as declarações de Pimentel foram de muita coerência, tendo em vista que o deputado já havia apresentado um relatório que confirmava o fracasso do PAC. “O relator da comissão do PAC na Assembleia, Welington Landim (PSB), vai apresentar também um relatório e vai ficar em dificuldade. É onde começa o samba do crioulo doido”.

Landim (PSB) esclareceu que não tem o menor interesse em puxar “sardinha” de ninguém, afirmando que aceitou ser relator da comissão com o compromisso de dizer a verdade. Ele questionou qual o motivo do deputado João Jaime falar com tanta veemência sobre o tema. “Parece que Vossa Excelência tem prazer em dizer que as obras não estão no ritmo certo”. Conforme o relator da Comissão, muitas obras estão sendo tocadas no Ceará, mas há problemas na Caixa Econômica e nas prefeituras, problemas que, segundo ele, nada têm a ver com o Estado.

O deputado Luiz Pontes (PSDB) também lamentou que o PT estivesse jogando a culpa do fracasso do PAC em outros gestores. Segundo ele, a afirmação de Pimentel não se justifica, já que, conforme ele, “em Pernambuco há canteiro de obras com recursos liberados pelo Governo Federal, e aqui, inexplicavelmente, não se recebeu nada, ou quase nada”.

Contraponto
O deputado Artur Buno (PT) disse que as afirmações de Pimentel resumem-se a um diagnóstico, sem acusar incompetência de quem quer que seja. “Há problema de terrenos, tem muitos projetos, mas há lentidão. O terreno quem dá são as prefeituras”, observou. Fernando Hugo (PSDB), por sua vez, destacou que pela primeira vez Bruno havia reconhecido o fracasso do programa. “O PAC é uma bolhinha de sabão voando no ar”.

O deputado Nelson Martins (PT) destacou que a crítica de Pimentel não se refere ao Governo do Estado e sim ao atraso de algumas obras. Ele explicou que muitos procedimentos relacionados às obras não são de responsabilidade do Estado. Como exemplo, o líder do governo citou o programa “Minha Casa, Minha Vida”, cujo cadastramento de famílias, intermediação com as empresas construtoras e encaminhamento de projetos à Caixa Econômica são de total responsabilidade das prefeituras municipais.

Sobre o PAC, Nelson informou que há várias obras que estão sendo realizadas diretamente pelo Governo Federal, como a transposição do São Francisco. Já nas outras, os recursos são passados do Governo Federal para o estadual, que os aplica. O parlamentar citou que muitas obras que se encontravam paradas foram retomadas e hoje estão em dia com o cronograma. “Como exemplo, nós temos as obras do Metrofor e do Eixão das Águas”.

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