Juristas dizem que condenação do casal Nardoni poderá ser questionada

Os advogados que defendem o casal Nardoni recorreram da condenação neste sábado (27), logo após a decisão dos jurados. Até agosto de 2008, o réu tinha direito a ser julgado novamente se a condenação fosse acima de 20 anos.

Mas essa regra não existe mais na nova lei. Como o assassinato de Isabella foi antes dessa mudança, alguns juristas acham que a defesa vai poder buscar na Justiça o direito de anular esse julgamento.

O casal Nardoni já está preso há quase dois anos. Eles têm direito a redução de pena, porque trabalham na prisão, mas Alexandre terá que ficar pelo menos 10 anos preso em regime fechado e Anna Jatobá, 8 anos. Aí poderão entrar no regime semiaberto.

A condenação do casal ocorreu após uma das semanas mais tensas da carreira do promotor Francisco Cembranelli. Ele, que já trabalhou em mais de mil julgamentos, conta que teve que enfrentar o cansaço, a tensão e principalmente muita pressão para conseguir convencer os jurados.

O promotor não concorda com os que dizem que ele pegou um caso ganho, diante das evidências contra o casal. Diz que o trabalho dos peritos foi fundamental e que a cronometragem dos tempos da dinâmica do crime foi decisiva.

“As cenas que nós apresentamos, imagens que foram trabalhadas e mostradas ao conselho de sentença, permitiram concluir que tudo não se passou como eles contaram e que a versão trazida era bastante fraca”, diz o promotor.

Alexandre Nardoni e Anna Jatobá foram condenados por homicídio triplamente qualificado, ou seja, com três agravantes. O juiz considerou que o homicídio foi cometido pra esconder outro crime: as agressões à Isabella e a asfixia da menina; que Alexandre e Anna Jatobá mataram a menina de forma cruel; e que a vítima não teve como se defender.

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