Vá com calma, companheiro

By Carlos Chagas

- Um aviso, apenas. Um pequeno sinal de que é preciso ir com calma no exercício de qualquer função, mesmo a de presidente da República. Fala-se da crise de hipertensão que acometeu o presidente Lula. Não dá para ninguém manter sem risco uma agenda como a dele, plena de viagens, inaugurações, reuniões as mais variadas, despachos e, há pelo menos dois anos, campanha eleitoral. No caso dos aviões, chama-se fadiga dos metais. Do gênero humano, excesso de trabalho. Por ironia, essa sobrecarga que atropelou o Lula acontece quando mais se aprimora a tecnologia dos meios de comunicação, em condições de restringir a presença física dos governantes num país das dimensões do Brasil. Além do que, governar não é viajar, moda inaugurada por Juscelino Kubitschek há mais de cinqüenta anos. Não foi por coincidência que ele enfrentou um enfarte em pleno mandato presidencial, acidente abafado e escondido até de seus ministros. Nem é preciso lembrar o derrame sofrido por Costa e Silva e o desmaio de João Goulart, no México. Ou a frustração da doença de Tancredo Neves, depois de visitar os principais líderes da Europa e Estados Unidos em menos de uma semana. Fica a lição para o Lula: vá com calma, mesmo que isso signifique dificuldades para a candidatura de Dilma Rousseff.

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