Sindicato pretende anular afastamentos

Presidente do Sindepol, Lusimar Cunha, diz que decisão não foi adequada

Por Deborah Milhome
Especial para O Estado

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Sindepol) deve entrar, ainda essa semana, com a anulação do afastamento dos delegados determinada pelo secretário de Segurança Pública (SSPDS), Roberto Monteiro.
O titular da pasta da secretaria afastou das funções Jaelan Alves, Hélio Marques (13o Distrito Policial, na Cidade dos Funcionários) e Abelardo Correia (Crateús). Cinco inspetores, dois escrivães e um perito criminal também foram afastados. Outros dois delegados que fazem parte da lista, Francisco Crisóstomo e Francisco Rabelo, já tinham sido afastados. A portaria sobre a decisão de Monteiro foi publicada no Diário Oficial no dia 11 de janeiro deste ano.

O presidente do Sindepol, Lusimar Cunha (foto), comentou que conseguiu ter acesso aos processos na última sexta-feira, 15, e que a medida tomada por Roberto Monteiro não é adequada. “Quando se afasta um titular da delegacia prejudica não só a imagem do delegado, mas também toda a comunidade”, declarou. Outro motivo apontado por Lusimar para que não acontecessem os afastamentos é a sobrecarga para os delegados de outros distritos. “Nós temos poucos delegados e os de outras delegacias ainda têm que cuidar dos procedimentos daqueles que foram afastados”, afirmou.

Desestímulo
Lusimar Cunha ainda contou que essas ações do secretário de Segurança geram um desestímulo aos titulares. “Certo que toda denúncia tem que ser apurada, mas deveriam ser afastados apenas quando tivesse a comprovação de que eles eram realmente culpados. E quando são inocentados, os delegados ficam desestimulados e quem sofre com isso é a sociedade”, disse.
As denúncias contra os delegados vão de uso de veículo particular da Polícia para benefício próprio à extorsão, passando por extravio de material apreendido em operação policial e favorecimento ao jogo do bicho.

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