Negócio bilionário

Heineken vai comprar negócios de cerveja da Femsa, dona da Kaiser, por US$ 7,6 bilhões

AMSTERDÃ e RIO - A cervejaria holandesa Heineken anunciou que vai comprar as operações totais de cerveja da mexicana Femsa - que no Brasil é dona de marcas como Kaiser, Bavaria e Sol - em um negócio avaliado em US$ 7,6 bilhões. Em troca, a Femsa terá 20% da Heineken. Considerando o valor em 8 de janeiro, a operação de troca de ações é de US$ 5,44 bilhões. Incluindo dívidas e outras obrigações, no entanto, o valor total do negócio sobe para US$ 7,6 bilhões.


A Femsa já distribui a Heineken no Brasil. E a Heineken, além de já ter uma participação minoritária nos negócios brasileiros de cerveja da Femsa, distribui marcas da mexicana nos EUA.

A aquisição dará ao grupo holandês uma posição de liderança em mercados emergentes da América Latina. A Femsa ocupa a quarta posição no mercado brasileiro de cerveja, com 7,2% de participação - a líder é a AmBev, com 70%. O controle da Kaiser Brasil tinha sido adquirido pela Femsa em 2006 .

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Confira a lista das principais marcas de cerveja no país e suas respectivas fatias do mercado

A Femsa, baseada em Monterrey e com 43% do mercado de cerveja do México, é um dos maiores conglomerados de seu país e é dona de marcas como Dos Equis, Tecate and Sol. É a maior engarrafadora da Coca-Cola na América Latina. A compra da Femsa amplia a presença da Heineken em mercados emergentes e consolida sua posição como segunda maior cervejaria do mundo em vendas. Também dá sequência à tendência de uma década de concentração entre os fabricantes de cerveja.

Líderes mundiais
A maior cervejaria do mundo é a AB InBev. A história desse grupo começou em 1999, com a fusão das brasileiras Brahma e Antarctica na AmBev. Em 2004, a AmBev se uniu à belga Interbrew, formando a InBev. E em 2008 a InBev comprou a americana Anheuser-Busch, dona da Budweiser. A segunda maior cervejaria do mundo é a SABMiller, também uma das principais engarrafadoras de Coca-Cola. A SABMiller foi criada quando a sul-africana SAB comprou a americana Miller Brewing Company, em 2002.

A Heineken já tinha participação na Femsa Brasil. Segundo o comunicado da empresa, o negócio inclui 100% das operações Femsa em cerveja no México (que inclui exportações para os Estados Unidos e outros mercados) e os 83% do negócio em cerveja no Brasil que a Heineken ainda não possuía.

O acordo já era esperado depois que a SABMiller desistiu de um leilão dos ativos da Femsa. Fontes disseram que a SABMiller se retirou da negociação porque não queria comprar as operações brasileiras da Femsa.

Após uma série de transações, a Heineken afirmou que a Femsa será a segunda maior acionista do grupo holandês. A companhia terá 12,5% da Heineken e 14,9% de participação na Heineken Holding. Essas fatias compõem uma presença econômica de 20% no grupo.

A Femsa também terá o direito de indicar dois membros não executivos para o conselho de administração. A Heineken espera que o negócio seja concluído no segundo trimestre, pois ainda dependen de aprovação de órgãos reguladores e acionistas.

Expansão na América Latina
"Esse é uma decisão significativa para a Heineken. Ela transforma nosso futuro nas Américas e marca a próxima etapa na forte associação da Heineken com a Femsa. Por meio deste acordo, ficamos um 'player' mais forte e mais competitivo na América Latina, um dos mercados de cerveja de crescimento mais rápido e mais lucrativo do mundo", afirmou o executivo-chefe da empresa, Jean-Francois van Boxmeer, no comunicado.

"O acordo com a Femsa é estratégico para a Heineken", escreveu a SNS Securities em relatório. Entretanto, com uma relação de 11 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), a SNS também considerou que a operação "não foi barata".

"A Heineken está consolidando sua posição. Não haverá uma emissão de ações e somente uma pequena diluição para os acionistas".

Segundo o analista do ING Financial Markets Gerard Rijk, em entrevista ao site "CNN Money", o mercado de cerveja no Brasil cresce a um ritmo anual de 3%, enquanto no México a expansão é de 2%.

A Heineken informou que espera que a transação seja concluída no segundo trimestre. A Heineken Holding é a maior acionista da Heineken. A família Heineken é a maior acionista da holding e manterá essa posição após o acordo.

A operação prevê sinergias anuais de custos de 150 milhões de euros (cerca de US$ 200 milhões) até 2013, e a Heineken espera que o acordo contribua para o lucro por ação dentro de dois anos.

Penso eu: Espere, por acaso esta Fensa tem alguma coisa a ver com o BOnitão, pergunto-lhe eu.

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