Lula não irá a palanque onde PT e PMDB forem rivais



(A foto foi feita na pista do Aeroporto Virgilio Távora em SObral)

Partidos se reúnem na 4ª, para tentar acordo sobre Minas
Presidente chamará Ciro para ‘desatar o nó’ de São Paulo


Lula não participará da campanha eleitoral nos Estados em que houver disputa entre dois candidatos governistas.

Disse que pretende se manter distante de praças como Bahia e Pará, onde PT e PMDB vão medir forças.

Aprova a ideia de contornar a controvérsia por meio da montagem de dois palanques. Mas diz que, nesses casos, só Dilma Rousseff vai escalá-los. Ele não.

Nas pegadas da decisão de Lula, o PMDB reforçará nesta semana a pressão sobre o PT para o fechamento de um acordo em Minas.

Insiste na tese de que, para enfrentar a máquina liderada pelo governador tucano Aécio Neves, o governo precisa se unir.

Cobra o apoio do petismo à candidatura do ministro pemedebê Hélio Costa, mais bem posto nas pesquisas.

Marcou-se para esta quarta (27), em Brasília, um novo encontro dos negociadores das duas legendas.

Prevalecendo o dissenso, a direção do PMDB solicitará uma audiência a Lula. Quer que o presidente intervenha na encrenca mineira, saneando-a.

O PMDB reavivará um compromisso que Lula assumira com o partido no ano passado.

O presidente dissera dissera que, na hora própria, mantendo-se a liderança de Hélio Costa, agiria para retirar o PT do caminho dele.

São dois os candidatos petistas em Minas: o ex-prefeito de BH, Fernando Pimentel; e o ministro do Bolsa Família, Patrus Ananias.

Lula assumira compromisso semelhante em relação ao Rio, onde o petista Lindberg Farias ensaiava canditar-se ao governo.

Nesse caso, Lula já cumpriu o prometido. Enquadrou Lindberg, retirando-o do caminho de Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição. Nada fez, porém, quanto a Minas.

Também nesta quarta, Lula jantará, em Recife, com o governador Eduardo Campos, que preside o PSB. Durante o repasto, deseja mastigar a candidatura presidente de Ciro Gomes (PSB-CE/SP).

Lula quer antecipar a decisão, prevista para março, acerca do papel a ser desempenhado por Ciro no xadrez de 2010.

O presidente chamará o próprio Ciro para um tête-à-tête. Deseja retirá-lo do tabuleiro nacional, empurrando-o para o ringue de São Paulo.

Na reunião ministerial da semana passada, Lula discorreu sobre Ciro como se a candidatura dele ao governo paulista fosse fava contada.

No próprio PSB, vozes que antes apostavam numa nova aventura presidencial de Ciro hoje pensam de outro modo.

Ouvido pelo repórter, uma liderança do partido do deputado disse que o próprio Ciro cava o seu destino ao ausentar-se da disputa.

“O Ciro sumiu”, afirmou. “Perdeu a sua hora. Parece candidato à presidência de Marte, não do Brasil. Ganhou corpo o projeto São Paulo”.

Se Ciro ceder, Lula ordenará ao PT que lhe dê apoio, eximindo-se de lançar candidato em São Paulo. Prometerá, de resto, presença no palanque de Ciro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário