De volta para casa: chegam heróis mortos no Haiti

Os 17 militares mortos na tragédia serão homenageados pelo governo brasileiro

Os corpos de 17 dos 18 militares mortos no terremoto do Haiti chegaram a Brasília na noite de ontem por volta das 20 horas. Esses militares vão ser homenageados em cerimônia do governo brasileiro na tarde de hoje. Os militares estão sendo velados durante toda a noite na Base Aérea de Brasília até a chegada dos familiares. Os soldados e oficiais brasileiros mortos integravam a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da solenidade organizada pelo Exército a partir das 16h de hoje, após a primeira reunião ministerial do ano.

Escala em Manaus
O voo da Força Aérea Brasileira que levou para Brasília os militares vitimados fez uma escala em Manaus (AM) para complementar os serviços de conservação dos corpos, que não puderam ser feitos antes por falta de condições no Haiti. O pouso do avião Hércules C-130 foi acompanhado na base aérea apenas pela imprensa, sem a presença de autoridades do governo. O corpo do 18º militar brasileiro encontrado sob os escombros, o major Márcio Guimarães Martins, 36 anos, só foi identificado ontem cedo. Ainda não foi divulgada a data do trasladado do Haiti para o Brasil.

Desaparecido
Guimarães servia na Brigada de Infantaria Paraquedista. No Haiti, desempenhava a função de oficial de Estado-Maior do Batalhão de Infantaria da Força de Paz. De acordo com a assessoria do Exército, Martins era o último militar brasileiro considerado desaparecido durante o terremoto que deixou milhares de mortos. Entre eles, até agora, 21 brasileiros, sendo 18 militares e três civis.O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem, que enviou à Comissão Representativa do Congresso Nacional um pedido de aprovação para envio de mais 1.300 militares para integrar a força de paz da ONU no Haiti, país devastado por um terremoto na semana passada.Na terça-feira o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), do qual o Brasil faz parte, aprovou por unanimidade o envio de mais 1.500 policiais e 2 mil soldados à Minustah.

Situação “sob controle”
O Ministério da Defesa afirmou, em nota divulgada na tarde de ontem, que a segurança no Haiti está sob controle, muito próximo ao que era antes do terremoto que devastou o país último dia 12.
Segundo o ministério, autoridades civis e militares que estão à frente dos esforços brasileiros de socorro às vítimas do terremoto garantem que as notícias a respeito da existência de uma onda de violência não passam de boatos.

Preocupado
Na nota, o ministério informa que o comandante do Batalhão Brasileiro (Brabatt) que integra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o coronel João Batista Carvalho Bernardes, admite estar preocupado com a possibilidade de os criminosos que escaparam das prisões durante o terremoto voltarem a se reorganizar. Para evitar que isso aconteça, afirma o oficial, os militares estão procurando esses deliquentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário